O tribunal distrital da Califórnia, EUA, arquivou esta segunda-feira o processo que o jovem tinha aberto o ano passado. No entanto, Spencer Elden pode voltar a submeter a queixa recorrendo a outros argumentos.

A decisão foi tomada pela ausência de resposta por parte dos advogados de Elden às alegações feitas pela equipa que representa os Nirvana no caso. A defesa do "bebé Nirvana" tinha até dia 30 de dezembro do ano passado, mas deixou passar o prazo de reclamação.

Os Nirvana pediram que o processo fosse arquivado, alegando que Spencer Elden esteve a lucrar com o estatuto de celebridade, por ter sido o bebé da capa do disco, ao longo das últimas três décadas.  "Ele reencenou a fotografia em troca de dinheiro, teve o título do álbum tatuado no peito e chegou a autografar cópias da capa do álbum para vender no eBay", defenderam.

Em oposição à decisão do juiz, os advogados de Elden referiram que os prazos de reclamação não se aplicam neste tipo de casos, uma vez que o álbum ainda continua a ser vendido.

O que estava em causa?

Em agosto de 2021 foi noticiado que Elden estaria a proceder legalmente contra os Nirvana, alegando que foi sexualmente explorado em criança por aparecer nu na capa do famoso disco.

Spencer Elden, imortalizado enquanto bebé na capa do disco de 1991 "Nevermind", levantou um processo contra os membros sobreviventes dos Nirvana, assim como os herdeiros do falecido vocalista e guitarrista Kurt Cobain.

Nirvana processados por exploração sexual infantil devido a bebé nu que figura na capa do disco Nevermind
Nirvana processados por exploração sexual infantil devido a bebé nu que figura na capa do disco Nevermind
Ver artigo

Elden defendia que o uso da sua imagem incorreu na violação da proteção de crianças contra a pornografia infantil e considerava que o caso consta num crime de exploração sexual infantil.

Na documentação legal do caso, Elden, agora com 30 anos, argumentava que a utilização da imagem em bebé lhe causou "danos para a vida" e que a sua imagem na capa de Nevermind provocou "angústia mental" e a interferiu com "o seu normal desenvolvimento e progresso educativo", assim como o impediu de ter "tratamento psicológico e médico".