“A Bienal de Veneza foi informada da decisão do curador e dos artistas do Pavilhão da Federação Russa de renunciarem às suas funções no projeto, cancelando a participação” na exposição que constitui uma montra mundial da arte contemporânea, indicou a organização em comunicado.
Numa publicação nas redes sociais do pavilhão, pode ler-se que aquele espaço pretende ser “uma casa para artistas, para a arte e criativos”, tendo aguardado pelas “decisões independentes” dos artistas, que respeitam e apoiam.
No início de fevereiro, Roberto Cicutto, presidente do evento, tinha anunciado que participariam nesta edição 80 representações nacionais, com as estreias dos Camarões, Nepal, Oman, Uganda e, pela primeira vez, o Cazaquistão, o Quirguistão e o Uzbequistão terão pavilhões independentes.
“A bienal exprime a sua total solidariedade para com este nobre ato de coragem e coloca-se ao lado das motivações [do curador e artistas] que levaram a esta decisão, e que resume dramaticamente a tragédia que assolou toda a população da Ucrânia”, afirmou hoje a organização.
A 59.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza decorre entre 23 de abril e 27 de novembro, com uma pré-abertura a 20, 21 e 22 de abril.
Na sexta-feira, a Bienal de Veneza tinha já comunicado que estava solidária com “todos os que sofrem” com o ataque da Rússia à Ucrânia, e defendeu a via diplomática internacional para fazer face à invasão, mantendo a inauguração para 23 de abril, dia do anúncio dos prémios, e abertura ao público.
Hoje, reiterou que o evento se mantém “um lugar onde os povos se encontram na arte e na cultura”, e condenou “todos os que usam a violência para impedir o diálogo e a paz”.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram centenas de civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 500 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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