As inundações na região a montante da Figueira da Foz, litoral do distrito de Coimbra, e o forte caudal do rio Mondego, que subsistiu durante vários dias, levou até à marina da cidade, praias interiores dos molhes do porto comercial (Forte e Cabedelinho) e aos areais marítimos de ambas as margens, uma quantidade anormal de detritos, desde jacintos-de-água – planta invasora fluvial que não sobrevive à água salgada – até troncos de árvore com vários metros de comprimento.
“Relativamente às praias, que diz diretamente respeito à Câmara, nós estamos a limpar e concertámos com o senhor comandante da Capitania que os populares que, cumprido a lei, queiram tirar [madeira] possam tirar. Mas nós estamos a fazer essa limpeza”, afirmou Carlos Monteiro.
O autarca avisou, no entanto, que continua a chegar “muito material” lenhoso à foz do Mondego “todos os dias”, manifestando que não será possível “manter as praias sem madeira” nos próximos tempos.
“Mas estamos a fazer esse trabalho”, reafirmou.
Num passado recente, em 2016, ano de outra inundação na região do Baixo Mondego, a acumulação de madeira na zona junto à foz do rio levou inúmeros populares até à praia do Forte, tendo parte sido recolhida por estes, também com o acordo da autoridade marítima e do comandante do porto da altura, desde que não fossem utilizados meios mecânicos, como motosserras ou outros.
Uma das praias mais afetadas nos dias de hoje pela deposição de madeira, concretamente restos de árvores, é o areal do Cabedelo, a sul do Mondego, onde a mancha de detritos florestais se estende por mais de um quilómetro, até à zona do hospital distrital.
Já sobre a remoção dos detritos na zona da marina, Carlos Monteiro disse acreditar que esse trabalho de limpeza será realizado pela administração portuária, que tem a jurisdição daquela área.
Na marina, especialmente no lado poente, a quantidade de jacintos-de-água transformou aquela zona do rio num enorme ‘tapete’ verde, também por entre as embarcações ali ancoradas – a exemplo do que sucede praticamente todos os anos, especialmente no inverno – mas, este ano, àquelas plantas aquáticas somam-se restos de árvores e troncos inteiros, alguns com partes da raiz visível, que quando a maré baixa se acumulam nas margens, deixando impraticável a própria rampa de acesso ao rio utilizada por embarcações de recreio.
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