Santos Silva falava no Porto, no final da cerimónia comemorativa do 10 de Junho, e foi questionado pelos jornalistas sobre a resposta a dar às reivindicações da FA, tendo em conta a necessidade de assegurar a soberania nacional.

“O que posso dizer, em nome do Governo, é que as Forças Armadas não fazem reivindicações. Cumprem a sua missão, de forma sempre exemplar. As Forças Armadas têm necessidades, como todos temos, e são correspondidas dentro dos recursos orçamentais”, explicou o ministro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou que as FA cumprem “sempre a sua missão” e “fazem-no sempre com exemplaridade, galhardia e sentido de dedicação”.

Na quarta-feira, o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello foi questionado numa audição parlamentar sobre as consequências das cativações orçamentais na operação dos ramos, sobretudo na Força Aérea e na Marinha, tendo respondido que, "até hoje, não foi posta em causa nenhuma componente essencial do serviço que as Forças Armadas portuguesas prestam aos portugueses".

O governante sublinhou que os constrangimentos orçamentais se mantêm em 2017.

As incorporações nas Forças Armadas atingiram em 2016 as 3.900, o número mais elevado dos últimos cinco anos, com o Governo a admitir que possa haver mais entradas este ano, disse na ocasião o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello.

O governante afirmou então que o recrutamento "sentiu nos últimos anos dificuldades que se prendem com uma redução muito grande, no Governo anterior, das admissões e que se traduziu numa certa dificuldade".

Contudo, em 2016, as incorporações atingiram as 3.900, o número "melhor dos últimos cinco anos" e a "expectativa é de aumentar" em 2017 o número de admissões "para compensar as saídas".

"Não estamos a trabalhar em aumentar o efetivo, mas sim manter porque não estão ainda reunidas condições para aumentar o efetivo militar", disse Marcos Perestrello, em resposta a uma questão do deputado do CDS-PP João Rebelo.

Dados relativos a 06 de junho, acrescentou por seu lado o ministro da tutela, Azeredo Lopes, indicam que desde janeiro houve 3.115 candidaturas, 2.303 candidatos presentes e 1.449 candidatos aptos, dos quais 814 foram incorporados pelo Exército.

Quanto à Força Aérea e à Marinha, não existem ainda dados disponíveis, disse.

Na audição, José Azeredo Lopes revelou que pediu uma segunda auditoria a realizar pelo Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) para obter mais informação sobre aspetos já identificados na anterior relativamente às dívidas da ADM (Assistência na Doença aos Militares) e procedimentos contabilísticos.

Segundo o ministro, a auditoria detetou um buraco financeiro à razão de um milhão e meio de euros por mês, acumulando 61 milhões de euros a 31 de maio de 2017.

Quanto a soluções, Azeredo Lopes disse que passará pela diversificação da receita ou por uma alteração que permita ao IASFA "funcionar de forma normal".

"Com o compromisso solene de que em nenhuma circunstância isso porá em causa os direitos dos utentes", afirmou.