Durante o primeiro ano do executivo liderado por Ulisses Correia e Silva, Cabo Verde concluiu com Portugal a negociação do Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2017 -2021, iniciada em janeiro de 2016 aquando da primeira visita de António Costa ao arquipélago como primeiro-ministro e ainda com José Maria Neves a liderar o Governo do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

A assinatura do PEC, prevista até final de 2016, mas diversas vezes adiada por motivos de agenda, acabaria por acontecer a 20 de fevereiro durante a cimeira Cabo Verde - Portugal, na cidade da Praia, na presença dos primeiros-ministros António Costa e Ulisses Correia e Silva, além de vastas delegações de ministros portugueses e cabo-verdianos.

Ao abrigo do novo programa, Portugal vai disponibilizar 120 milhões de euros a Cabo Verde, verba que mais que duplica o valor indicativo de 56 milhões do programa de cooperação anterior (2012 -2016).

Educação, língua e cultura, ciência e inovação, segurança, saúde e assuntos sociais, energia, ambiente e alterações climáticas constam do leque de prioridades do novo programa, que procurou responder às prioridades do Governo cabo-verdiano.

Durante a cimeira foram ainda lançadas as bases para uma eventual renegociação da dívida de 200 milhões de euros que Cabo Verde tem com Portugal.

Cabo Verde deve a Portugal 200 milhões de euros de uma linha de crédito contraída para financiar o programa habitacional "Casa para Todos" e que começa a vencer em 2021, mas o Estado cabo-verdiano quer ver a dívida perdoada ou renegociada.

António Costa disse na altura estar a avaliar uma proposta do Estado cabo-verdiano e mostrou-se convencido de que será possível "uma boa solução que satisfaça o interesse das partes".

Praticamente dois meses depois da cimeira, Cabo Verde recebeu a primeira visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República.

O chefe de Estado português visitou três ilhas em três dias com uma agenda repleta de encontros institucionais, mas também vários momentos de grande contacto popular.

Com o homólogo Jorge Carlos Fonseca, discutiu a possibilidade de os dois países avançarem para uma solução bilateral de facilitação de circulação de cidadãos, numa visita em que Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para agradecer o papel de Cabo Verde na eleição de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas.