Sem confirmar diretamente os detalhes da sua conversa com Donald Trump, Sergey Lavrov afirmou que não percebia qual era o “segredo”, uma vez que os EUA tinham introduzido há dois meses a interdição destes computadores nos aviões provenientes de alguns países do Médio Oriente.
Escarneceu a imprensa norte-americana, por estar a agir como os jornais comunistas da antiga União Soviética e não a oferecer notícias reais.
“Havia uma anedota na União Soviética segundo a qual não havia notícias no jornal Pravda e não havia verdade no jornal Izvestia”, afirmou Lavrov, por intermédio de um tradutor, “É verdade. Tenho a impressão que muitos meios dos EUA estão a trabalhar com este estado de espírito”, acrescentou.
A palavra russa ‘pravda’ significa verdade e ‘izvestia’ notícias. Estas palavras são também os nomes de dois jornais russos.
Lavrov esteve hoje em Chipre para conversações com o seu homólogo cipriota.
Questionado sobre a controvérsia em torno da alegada partilha de informação sensível por parte de Trump, respondeu que a comunicação social noticiou que o “segredo” que Trump lhe contou era que “os ‘terroristas’ eram capazes de armadilhar computadores portáteis, toda a espécie de aparelhos eletrónicos, com materiais explosivos indetetáveis”.
“Tanto quanto me lembro, há talvez um mês ou dois, a administração Trump decidiu uma interdição de computadores portáteis em aviões de sete países do Médio Oriente, o que esteve ligado diretamente com uma ameaça terrorista”, avançou Lavrov.
“Portanto, se está a falar sobre isto, não vejo qualquer segredo”, insistiu.
O Washington Post noticiou esta semana que Trump partilhou informação de acesso muitíssimo restrito com Lavrov e o embaixador russo nos EUA, Sergey Kislyak, sobre uma ameaça terrorista, da autoria do grupo que se designa por Estado Islâmico, envolvendo computadores portáteis em aviões. Outros meios, incluindo a Associated Press, confirmaram mais tarde aquela notícia.
Trump respondeu, através da rede social Twitter, que tinha autoridade para revelar o que quiser e não negou ter discutido informação classificada durante a reunião com Lavrov e Kislyak.
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