“São boas notícias, penso que a medida peca apenas por tardia e lamentamos que a situação do levantamento destas restrições não tenha sido efetuada no início do mês de junho de modo a evitar um impacto tão negativo como tivemos nos meses de julho e agosto, que são os meses por excelência do turismo no Algarve”, afirmou à agência Lusa o presidente da AHETA, Elidérico Viegas.

O dirigente da associação empresarial algarvia reagiu assim à decisão anunciada hoje pelo governo britânico e que incluiu Portugal na lista dos países com “corredores de viagem” para Inglaterra cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia covid-19 e salientou que a decisão, na segunda quinzena de agosto, pode ter é maior reflexo na época de golfe na região, que começa em setembro.

“O mercado britânico representa em julho e agosto mais de um terço da procura total, não apenas nas ocupações e dormidas, mas ainda mais nas receitas, porque os britânicos fazem gasto per capita mais elevado. E a medida agora tomada vai contribuir sobretudo para que a estação de golfe, que se inicia no mês de setembro possa ter alguma perspetivas, esperando nós que os operadores turísticos ligados à atividade possam retomar as operações com normalidade”, acrescentou.

Elidérico Vigas disse também ter “alguma curiosidade para saber como o turista britânico vai reagir a este levantamento de restrições”, porque em outubro começa a “época baixa, quando a gestão é deficitária”, e as restrições de entrada no Reino Unido devido à covid-19 começam a afetar “países concorrentes que estão neste momento a enfrentar segundas vagas e saíram da lista de destinos seguros”.

O Governo britânico incluiu hoje Portugal na lista dos países com “corredores de viagem” para Inglaterra cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia covid-19.

"Os dados também mostram que agora podemos adicionar Portugal aos países INCLUÍDOS nos corredores de viagens”, disse o ministro dos Transportes, Grant Shapps, através da rede social Twitter.

Pelo contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, vão ser retiradas da lista devido ao crescente número de infeções, tal como tinha acontecido na semana passada com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.

O ministro dos Transportes britânico explicou na semana passada que os países com mais de 20 casos por 100.000 habitantes numa média móvel ao longo de sete dias passam a ser considerado de risco, mas que abaixo deste valor são considerados seguros.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, Portugal tem vindo a registar um decréscimo no número de infeções, tendo registado 27,8 casos por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas.

O Reino Unido introduziu a necessidade de auto-isolamento por 14 dias a todas as pessoas que cheguem do estrangeiro ao Reino Unido em 08 de junho para evitar a importação de infeções, mas um mês depois isentou cerca de 70 países e territórios, considerados de baixo risco.

A isenção de quarentena é acompanhada com a mudança do conselho do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) contra as viagens não essenciais para aqueles destinos, importante para efeitos de seguro de viagem.