Segundo disse à Lusa o presidente da Fénix – Associação Nacional de Bombeiros e Agentes da Proteção Civil, Carlos Silva, a situação de Vila do Conde foi comunicada na semana passada à Autoridade Nacional de Proteção Civil que “de imediato, encetou diligências" para ultrapassar o problema.
Em causa estão mais de 50 voluntários dos Bombeiros de Vila do Conde que pediram a passagem ao quadro de reserva devido a um alegado “clima de hostilidade” promovido pela direção.
Para o presidente da associação, que esteve reunida esta tarde na sua sede em Guimarães, para analisar a situação, a solução “é a direção da associação humanitária dos bombeiros voluntários de Vila do Conde apresentar de imediato a sua demissão”.
Carlos Silva explicou que os bombeiros têm o direito a pedir a passagem ao quadro de reserva, pois é uma das únicas formas que têm para, ordeiramente, “manifestarem o desagrado face a situações que ocorrem dentro do corpo de bombeiros”.
Segundo o responsável, com a passagem ao quadro de reserva, que deverá acontecer a partir de amanhã, “obviamente que há” risco para a população, pois o socorro “não pode ser prestado de uma forma eficaz, rápida e eficiente”.
Os bombeiros ainda estão no quartel, mas “a partir de amanhã, a situação pode complicar-se para a população”, alertou Carlos Silva.
A Fénix neste momento está a prestar “apoio institucional e jurídico” e vai acompanhar a situação e “interceder junto de todos os intervenientes” que permitam chegar a um entendimento.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil “é a autoridade nesta matéria”, assim como a Liga Portuguesa dos Bombeiros ou a Federação dos Bombeiros do Porto, que também podem colaborar, explicou ainda Carlos Silva.
Em comunicado, a Fénix salienta que tem "total confiança na atuação" da Autoridade da Proteção Civil "no sentido de sanar o clima de crispação e a eventual situação de risco na prestação de socorro à população vilacondense".
A Lusa tentou sem sucesso contactar por telefone a presidente dos Voluntários de Vila do Conde, Emília Furtado. Enviou também um ‘email’ a pedir esclarecimentos, mas não obteve ainda resposta.
Contactado pela Lusa, o comandante da corporação, Joaquim Moreira, afirmou estar “preocupado com a situação” e que o número de bombeiros voluntários que já fez o pedido “ultrapassa já os 60”.
Comentários