"Ficou (...) claro que as rendas vão inevitavelmente ser aumentadas, e que vão eles, proprietários, exercer de forma ativa todos os direitos que a lei lhes confere: alugar, aumentar, despejar, vender… conforme seja sua conveniência", pode ler-se num comunicado da ACM Stop redigido na sexta-feira, a que a Lusa teve hoje acesso.
O comunicado refere que a ACM Stop, tal como a Alma Stop (a outra associação de músicos) foi convidada a assistir a uma reunião de 54,7% dos proprietários das frações do Stop, que decorreu na quinta-feira.
"Fomos claramente surpreendidos pela excelente organização que vimos, pela enorme qualidade e quantidade de trabalho realizado em tão poucos dias, em prol do interesse desses mesmos proprietários", refere o comunicado da ACM Stop.
A associação refere ainda que "ficou absolutamente claro pelos proprietários assumirem os destinos do C.C. STOP e proceder à legalização do mesmo, tomando todas as providências para tal".
Segundo a ACM Stop, os proprietários estimam passar a uma representatividade superior a 66% na reunião agendada para 31 de agosto.
Decorrente destes desenvolvimentos, para a ACM Stop "o fim do C.C. Stop como está atualmente começou ontem" [referência à quinta-feira da reunião de proprietários], agradecendo ironicamente à Alma Stop, "pelo excelente trabalho que tem feito em prol da destruição da comunidade Stop".
"Foi graças à sua ânsia desmedida de protagonismo e mediatismo pessoal e coletivo que conseguiram ressuscitar um grupo de proprietários que até hoje se fez de morto, e nunca deu as caras", entende a ACM Stop.
A ACM Stop acusou ainda a Alma Stop de atrasar a reabertura do centro comercial ao "encetar um confronto" com a Câmara do Porto, para "no final aceitar textualmente as condições" da autarquia para a reabertura do espaço na sexta-feira.
Os proprietários da maioria das frações do Centro Comercial Stop (CC Stop), no Porto, "não se reveem" no projeto de licenciamento a tramitar na câmara municipal, segundo uma carta aberta a que a Lusa teve hoje acesso.
Segundo a missiva, "é intenção da maioria dos proprietários do CC Stop desenvolver diligências no sentido do processo de regularização das condições de salubridade e segurança do CC STOP, junto da CM do Porto, e demais entidades competentes, seja claro e fundamentado na legalidade".
O processo deve também ser assente "na forma, objeto e estimativa de custos, à realidade do uso atual do CC STOP no sentido da manutenção da utilização atual no âmbito de comércio e serviços, estúdios de música, salas de ensaio, ensino de música e espaços artísticos, bem como outras áreas comerciais de apoio", segundo os proprietários.
Segundo o administrador do condomínio do Stop, Ferreira da Silva, o centro precisa de um investimento de seis milhões de euros para que sejam asseguradas todas as condições de segurança para a continuação da comunidade musical no edifício, disse em 24 de julho.
O Centro Comercial Stop, que funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas, reabriu na sexta-feira, depois de a maioria das lojas ter sido selada em 18 de julho, deixando quase 500 artistas e lojistas sem ter “para onde ir”.
No local está em permanência um corpo do Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto, com um carro à porta, uma solução de caráter temporário.
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