A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) recebeu 860 queixas contra a atuação das forças de segurança em 2018, o valor mais alto dos últimos sete anos, revelam dados daquele organismo enviados à agência Lusa.

A PSP é a força de segurança com maior número de queixas, tendo dado entrada na IGAI 477 participações contra a atuação dos agentes da Polícia de Segurança Pública em 2018, seguindo-se a Guarda Nacional Republicana, com 270, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com 36, e outras entidades tutelados pelo Ministério da Administração Interna (25).

Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASPP disse que os dados “não surpreendem” e que, depois de analisados “têm a ver justamente com a quantidade de serviços e a quantidade de ocorrências em que a polícia intervém”.

“É verdade que neste momento temos mais iniciativas, mais eventos, mais alterações da ordem pública. Este aumento das próprias ocorrências e das várias situações que obrigam a polícia a uma maior exigência e situações de maior complexidade torna natural que, proporcionalmente, existam mais queixas”, disse Paulo Rodrigues.

O dirigente sindical sublinhou que “há mais cidadãos a interagir com a polícia e é natural que com a quantidade e complexidade de serviços de ocorrência e eventos também aumentou não só a possibilidade de erro por parte da polícia, mas também a dificuldade de fazer cumprir a ordem", existindo "cidadãos que não gostam da forma da abordagem policial, dentro da legalidade”, e apresentem queixas.

“Há muitos anos atrás não havia tanta violência no futebol, não havia tantos eventos como há neste momento e nunca se via a própria Unidade Especial de Polícia e o Corpo de Intervenção a serem chamados como estão a ser agora. Há 15 anos, poucas eram as ocorrências onde o Corpo de Intervenção estava presente”, recordou.

Paulo Rodrigues disse que atualmente “é rotineiro o Corpo de Intervenção estar presente nas várias iniciativas, nos vários eventos e é natural que depois também se reflita naquilo que é a proporia intervenção da polícia e é natural que nem todos gostem da forma como a polícia faz cumprir a lei”, estando os profissionais “disponíveis para a ser escrutinados”.