Em reação à Lusa, o presidente da ASPP, Paulo Santos, disse estar “um pouco surpreso” com a exoneração do superintendente-chefe José Barros Correia devido aos poucos meses que tem de exercício de funções, já que tomou posse em setembro.
O responsável pediu explicações à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e ao Governo sobre a decisão, questionando “para quando a estabilidade necessária” na PSP para que se possa “ir ao encontro daquilo que são as necessidades e as expectativas da instituição”.
“Desconhecemos se é uma opção política, desconhecemos se há razões que levaram a senhora ministra e o Governo a demitir o senhor diretor nacional. Não sabemos se tem que ver com aquilo que é a estratégia que o Governo tem para a PSP e para a segurança interna. Por isso, é muito prematuro tecer qualquer comentário que ultrapasse isto, mas a verdade é que era importante que a senhora ministra da Administração Interna dissesse as razões que estão subjacentes a esta decisão”, disse Paulo Santos.
O dirigente sindical da PSP não exclui que na base da decisão estejam questões relacionadas com o processo negocial em curso entre o Ministério da Administração Interna e as polícias, que exigem um suplemento de missão em condições de igualdade com a Polícia Judiciária.
“Nós conhecemos bem qual tem sido o posicionamento do superintendente-chefe Barros Correia relativamente a esta luta dos polícias, por isso estamos um pouco expectantes para sabermos quais as razões”, disse Paulo Santos, questionando se a exoneração se poderá relacionar com o atual contexto negocial.
A ministra da Administração Interna exonerou hoje o diretor nacional da PSP, José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro do ano passado.
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, indigitou hoje como novo diretor nacional da Polícia de Segurança Pública o superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho, que substitui no cargo José Barros Correia.
Em comunicado, o Ministério da Administração Interna refere que “esta decisão de indigitação surge no âmbito da reestruturação operacional da PSP, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública”.
O superintendente Luís Carrilho ocupava, até à data, o cargo de Comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP).
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