Alfredo Stoffel, conselheiro das comunidades , eleito pelo círculo do norte da Alemanha, alerta para a dificuldade do processo, numa altura em que o “associativismo tradicional português” no país está cada vez menos presente.
“Antigamente elaborava-se um projeto, enviava-se para a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e depois havia uma resposta positiva ou negativa. Hoje há uma linha vermelha definida, isto é, o que é que tem de ser feito para que a associação possa receber apoios e já se torna mais difícil”, explicou à Lusa.
“Os pedidos têm de ser feitos entre outubro e dezembro para solicitar apoios para o ano seguinte. Isto é, as associações têm de ter, num prazo de seis a nove meses, todas as atividades planeadas. Isso nem sempre é fácil porque há coisas que surgem espontaneamente, que não estão programadas, como a vinda de um cantor português a uma cidade próxima, que também teria sentido convidar”, acrescenta o conselheiro das comunidades, que exerce a função desde 2008.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas visita hoje a cidade de Cuxhaven, onde tem marcado, entre outras atividades, um diálogo com a comunidade, no âmbito de uma deslocação de quatro dias à Alemanha.
Nesta cidade do norte da Alemanha existem duas associações registadas: o Centro Português (de 1994) e o Círculo Cultural Luso-Alemão (de 1996).
“São um exemplo de associativismo clássico. Mantêm-se com as atividades para as quais foram criadas, por exemplo, um rancho, ou a organização de noites de fado. Por vezes têm de fazer frente a elevados custos”, revela Alfredo Stoffel.
O conselheiro das comunidades avisa que o “associativismo tradicional” ainda se faz notar na Alemanha, “mas está em declínio”. o que justifica com o pouco interesse dos mais jovens, pelo que considera necessário “repensar o associativismo português” no país.
Esta segunda-feira, José Luís Carneiro inaugurou as novas instalações do consulado-geral de Portugal em Hamburgo.
O deputado social-democrata Carlos Gonçalves, eleito pelo círculo da Europa, escreveu, na rede social Facebook, que “o Estado português foi obrigado a deixar as antigas instalações”, sendo as novas “de qualidade inferior às anteriores”.
Alfredo Stoffel referiu que o “antigo consulado era maior, em termos de espaço, mas tinha menos privacidade".
“Os utentes estavam a ser atendidos em público, toda a gente via o que se estava a passar. Este consulado é mais pequeno, em espaço, mas não em escritórios, que são os mesmos. Quem lá chega pode ser atendido de forma personalizada”, defende.
A visita do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, termina esta quarta-feira, com a visita a Frankfurt, onde vai inaugurar as instalações do escritório consular em Hattersheim am Main e encontrar-se com a comunidade portuguesa.
De acordo com números oficiais, residem na Alemanha cerca de 140 mil portugueses.
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