A deteção deste buraco negro, a devorar a sua galáxia anfitriã GN-z11 e com uma massa 1,6 milhões de vezes superior à do Sol, foi feita graças ao telescópio espacial James Webb e desafia as teorias cosmológicas, uma vez que não seria expectável um buraco negro tão massivo nos primórdios do Universo.
Invisível como todos os buracos negros, o da galáxia GN-z11 (que é cem vezes mais pequena que a Via Láctea) absorve a matéria circundante emitindo uma quantidade enorme de luz na sua periferia.
Foi esta luz que permitiu aos astrofísicos detetarem em 2016 a galáxia que abriga no seu centro o buraco negro, datado de 430 milhões de anos depois do Big Bang, teoria que descreve o começo do Universo (cuja idade estimada é 13,8 mil milhões de anos).
A época em que o buraco negro se formou corresponde ao “amanhecer” cósmico, quando, após um período de trevas, nasceram as primeiras estrelas e galáxias.
Segundo um dos coautores do artigo, Stéphane Charlot, do Instituto de Astrofísica de Paris, as características deste buraco negro “sugerem um crescimento mais rápido e mais precoce do que o de outros buracos negros conhecidos em tempos muito antigos”.
“Mecanismos de formação de buracos negros no Universo jovem poderão ser diferentes dos que conhecemos no Universo mais próximo”, acrescentou.
Para o astrofísico Roberto Maiolino, da Universidade britânica de Cambridge, que também assina a descoberta, deverão ser consideradas “outras formas” para explicar a formação do buraco negro da galáxia GN-z11, uma vez que o Universo então era “demasiado jovem” para acolher um corpo tão massivo.
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