A informação está a ser avançada pela Reuters, que cita informações do comandante Dean Haydon, da unidade de contraterrorismo britânica. Os indivíduos, que usaram uma carrinha para perpetrar o ataque, tentaram alugar um camião de 7,5 toneladas antes do ato de terrorismo conduzido a 3 de junho, que fez oito vítimas mortais e mais de 40 feridos.

"Se conseguissem um camião de 7,5 toneladas, os efeitos [do ataque] teriam sido piores", disse Haydon à imprensa, acrescentando que os três atacantes - abatidos pelas autoridades - tinham bombas de combustível na parte traseira da carrinha que usaram para conduzir o ataque e usaram facas de cerâmica para esfaquear as vítimas. Na sua habitação, conta o responsável, foi descoberta um exemplar no alcorão aberto numa parte que aborda a questão do martírio.

Haydon disse ainda que apesar do grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico ter reivindicado o ataque, não há informação que sugira que os três atacantes - identificados pelas autoridades como Khuram Butt, 27 anos, Rachid Radouane, 30, e Youssef Zaghba, 22 - tenham sido dirigidos por terceiros, quer no Reino Unido, quer no exterior.

As autoridades estão focadas em tentar perceber como é que estes três homens se conheceram.

Os autores dos ataques atropelaram transeuntes na London Bridge e esfaquearam várias outras pessoas na zona de animação noturna de Borough Market, no passado dia 3 de junho.

No sábado de manhã, Butt tentou alugar um camião de 7,5 toneladas, mas não forneceu os detalhes de pagamento. Não é claro nesta fase porque não o fez.

Por volta das 17h00 recebeu uma mensagem de texto a confirmar o seu aluguer de uma carrinha, tendo por volta das 17h30 levantado a viatura, antes de se dirigir a casa de Zaghba. Os dois saíram por volta das 18h38 e chegaram duas horas depois à ponte de Londres, onde foi conduzido o ataque. Na carrinha dos atacantes foram encontradas 13 garrafas de vinho cheias de combustível e trapos, assim como objetos para acender as bombas caseiras. O exemplar do alcorão foi encontrado na casa de Redouane, um apartamento em Barking, no leste de Londres.

O ataque desse sábado foi o terceiro no país em apenas três meses. Este incidente deixou o Reino Unido novamente em alerta, depois de a 22 de maio, na cidade de Manchester, um britânico de origem líbia de 22 anos, se ter feito explodir à saída de um concerto da artista norte-americana Ariana Grande, matando 22 pessoas e ferindo 75 outras, muitas das quais crianças e jovens.

Também em 2017, a 22 de março, um homem numa viatura varreu dezenas de pessoas na ponte de Westminster, esfaqueado posteriormente um agente policial que estava de serviço nas imediações do Parlamento. Cinco pessoas morreram na sequência do ataque.