• O balanço de vítimas aponta para pelo menos 50 mortos e 47 feridos, segundo o porta-voz da polícia neozelandesa.
  • O ataque aconteceu nas mesquitas de Al Noor, em Hagley Park, e de Linwood Masjid, ambas em Christchurch, a terceira maior cidade da Nova Zelândia. A maioria dos feridos ainda necessita de múltiplas operações, segundo o The Guardian, que cita o Chefe de Cirurgia, Greg Robertson. Quatro das 49 vítimas morreram já a caminho do hospital.
  • Os ataques começaram às 13h40 locais (00:40, em Lisboa) de sexta-feira, dia 15 de março.
  • O principal autor do ataque, Brenton Tarrant, de 28 anos, esteve presente na noite de sexta-feira (manhã de sábado na Nova Zelândia) no tribunal de Christchurch e foi acusado de homicídio pelos ataques nas mesquitas. As autoridades afirmam que Tarrant deverá enfrentar novas acusações criminais. Sem direito a fiança, vai ter que comparecer novamente em tribunal a 5 de abril.
  • A primeira-ministra neozelandesa Jacinda Ardan, numa comunicação ao país que decorreu antes de Brenton Tarrant ter comparecido em tribunal, indicou que as leis sobre o porte de armas vão sofrer reformulações após ter sido revelado que o principal suspeito do ataque tinha licença de porte de armas. Ardan acrescentou ainda que Tarrant adquiriu armas desde 2017: duas armas semiautomáticas e duas espingardas.
  • Existe uma forte presença policial no país, incluindo em mesquitas e em eventos públicos que irão decorrer durante o fim de semana. No entanto, as autoridades pedem que a população se mantenha vigilante. O comissário Mike Bush afirmou: "Não estamos correntemente à procura de ninguém que seja uma ameaça, mas isso não quer dizer que não exista".
  • A cidade está a demonstrar uma união de luto em torno deste atentado, com vários arranjos florais a serem colocados em mesquitas de vários pontos do país, incluíndo nos jardins botânicos perto dos locais onde decorreram ambos os ataques. Líderes religiosos e de organizações de caridade estão igualmente presentes no local a prestar o seu apoio.
  • O principal suspeito foi detido pelas autoridades 36 minutos após ter sido efetuada a primeira chamada de emergência. Um atirador é um cidadão australiano, avançou o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, que o descreveu como "um extremista de direita e um terrorista violento". Brenton Tarrant, de 28 anos, reivindicou a responsabilidade pelos disparos e transmitiu em direto na Internet o momento do ataque.
  • O homem deixou um manifesto anti-imigrantes de mais de 70 páginas, no qual procurou justificar as ações.
  • O documento, que esteve disponível online mas entretanto já foi retirado, chama "invasores" aos imigrantes, segundo a agência Reuters, e fala de "genocídio branco", um termo tipicamente usado pelos grupos racistas para se referirem ao aumento da população imigrante.

  • Uma conta na rede social Twitter associada a um utilizador de nome @brentontarrant - que entretanto foi eliminada - publicou, de acordo com a Reuters, imagens de armas e de equipamento militar, bem como mensagens associadas aos movimentos de nacionalismo branco.
  • Foram detidas três pessoas. Inicialmente tinha sido reportada a detenção de uma quarta pessoa, mas a polícia informou que a detenção não está relacionada com este ataque.
  • Paquistão, Turquia, Indonésia, Bangladesh, Malásia e Arábia Saudita já vieram a público afirmar que têm cidadãos envolvidos no ataque.
  • Scott Morrison adiantou que as autoridades australianas estão a ajudar na investigação e que os australianos ficaram chocados e indignados com o ataque.
  • Numa conferência de imprensa, a primeira-ministra disse que muitas pessoas afetadas podem ser migrantes ou refugiados "que escolheram fazer da Nova Zelândia a sua casa". "Esta é a sua casa. Elas fazem parte de nós. A pessoa que perpetuou esta violência contra nós não faz", frisou.

  • Para além do ataque às mesquitas, foram desativados explosivos num carro no centro da cidade de Christchurch, informaram as autoridades.
  • O nível de ameaça à segurança nacional foi elevado de baixo para o mais elevado.
  • Logo depois do ataque, a polícia neozelandesa aconselhou as pessoas a não se deslocarem a qualquer mesquita no país e a permanecerem dentro das suas casas.
  • As escolas e edifícios públicos foram encerrados.
  • A equipe de críquete do Bangladesh, que estava em Christchurch para defrontar a Nova Zelândia, encontrava-se na mesquita de Hagley Park para a oração diária quando o tiroteio começou, mas conseguiu abandonar o local sem que qualquer dos jogadores tenha sido atingido pelos disparos.

  • Os tiroteios são raros na Nova Zelândia, um país que em 1992 restringiu a legislação que permite acesso às armas semiautomáticas após um massacre de 13 pessoas na cidade de Aramoana, na Ilha Sul, recorda a agência France-Presse. No entanto, uma pessoa com mais de 16 anos pode solicitar uma licença para ter acesso a uma arma depois de frequentar um curso sobre segurança.

Christchurch é a maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia e a terceira maior cidade do país com cerca de 376.700 habitantes, localizada na costa leste da ilha e a norte da península de Banks. É a capital da região de Canterbury.

*Com agências

[Última atualização às 18h do dia 19 de março - Atualiza número de mortos]