O ataque ocorreu por volta das 23:30 de quarta-feira (21:30 em Lisboa) a sul de Jerusalém, no cruzamento de Al Jader, a sudoeste de Belém, entre Israel e a Cisjordânia ocupada.

Hospitalizada “em estado crítico”, a criança morreu esta madrugada, apesar das tentativas de reanimação, informou o hospital Hadassah, em Jerusalém, para onde foi transportada.

Além da criança, o serviço de emergência Magen David Adom, o equivalente israelita da Cruz Vermelha, indicou que transportou outras três pessoas feridas.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) classificaram o ataque contra o autocarro, que transportava civis, como uma ação terrorista e disseram que o atacante fugiu depois dos disparos.

“As forças de segurança israelitas estão a perseguir o terrorista e montaram bloqueios de estradas e cercaram a zona de Belém”, referiram num comunicado as IDF.

Israel lançou a 07 de outubro de 2023 uma ofensiva na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, horas depois do grupo islamita palestiniano ter realizado em território israelita um ataque sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.

Desde então que a violência alastrou à Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também em 07 de outubro 251 reféns, 96 dos quais continuam em cativeiro. O exército israelita já declarou a morte de 36 reféns.

A guerra entre Israel e o Hamas fez, até agora, na Faixa de Gaza quase 45 mil mortos (cerca de 2% da população) e cerca de 106 mil feridos, além de mais de dez mil desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer “o mais elevado número de vítimas alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.