A Europa está em alvoroço desde que o CEO das Tesla, Elon Musk, anunciou que a construtora automóvel vai construir a sua primeira fábrica na Europa em 2017.

São vários os países a quererem que a Gigafactory2, inspirada na fábrica do Nevada, a Gigafactory, que vai produzir baterias e carros elétricos, fique instalada no seu solo.

Cada um dá o que pode ao que o ministro da indústria francês, Ségolène Royal, chamou "a indústria do futuro". França, por exemplo, ofereceu um local com uma central nuclear fechada para a futura fábrica da Tesla. Espanha fez uma proposta semelhante.

Portugal também quer a Tesla em território nacional, mas optou por outro caminho. Utilizando a rede social Facebook, foi criado um grupo no chamado “Bring Tesla Gigafactory to Portugal” - Tragam a Tesla Gigafactory para Portugal, em português. Lá, 40 mil membros discutem ideias e formas de atrair a gigante norte-americana a fixar-se em território nacional. Sob a hashtag #gigainportugal, slogans, imagens e ideias são lançadas para um ‘brainstorming’ nacional.

Por cá, os municípios também começam a mostrar disponibilidade - e vontade - para receber a fábrica da gigante norte-americana. Torres Vedras acena ao Governo com o prémio Green Leaf, atribuído em 2015 pelas políticas de sustentabilidade do concelho, e diz estar interessado "desde a primeira hora". Mais a norte, Viana do Castelo diz ter as melhores condições para albergar a Gigafactory2, afirmando que tem uma localização privilegiada, com bons acessos a Vigo e Porto, e um ambiente empresarial favorável. No interior, a Guarda diz ter "capital humano" e possuir uma das maiores jazidas de lítio da Península Ibérica.

O esforço parece valer a pena. Este é o maior projeto que a marca alguma vez fez fora dos Estados Unidos. O projeto pode significar, para o país que o receber, um investimento de 5 mil milhões de dólares - mais 4,7 mil milhões de euros -, e a criação de entre 6 mil a 10 mil empregos, diretos. No Nevada, a fábrica ainda não está completa e o impacto no mercado imobiliário já é percetível: o aumento, médio, de uma habitação perto da Gigafactory subiu 42%.

É uma lufada de ar fresco para qualquer economia e a Holanda não quer ficar fora do leque de possibilidades. Henk Kamp, ministro da economia holandês, anunciou que o Parlamento nacional iria lutar por “persuadir” a Tesla a construir a Gigafactory2 em solo nacional.

E têm bons motivos para acreditar que isso é possível. A Tesla tem o seu “centro de operações” na Europa em Amesterdão, através do qual coordena uma fábrica de montagem final em Tilburg.

Após a aquisição do grupo de engenharia alemão, Grohmann Engineering, no início do mês de novembro, Elon Musk confirmou que, embora o foco da empresa esteja atualmente em terminar a Gigafactory no Nevada, e levar o modelo 3 para produção, a Tesla está à procura de um sítio na Europa para a Gigafactory2 que será anunciado em 2017.

Musk não exclui a possibilidade de, a longo prazo, existirem várias fábricas europeias da Tesla. "Não há dúvida de que a longo prazo Tesla terá pelo menos um - e talvez dois ou três - veículo e fábrica de baterias localizações na Europa", disse.