A Comissão Estadual dos Direitos Humanos de 'Baja California' afirmou em comunicado que Angélica León, líder do grupo "União e Força pelos Nossos Desaparecidos", foi assassinada na cidade de Tecate e pediu às autoridades que investiguem o crime.
O organismo fez um apelo ao Ministério Público e pediu os "procedimentos necessários que permitam determinar a origem desta agressão e evitar a impunidade".
O comunicado acrescenta que a comissão iniciou uma investigação para rever a atuação das autoridades no caso e "por tratar-se de um ataque a uma pessoa defensora dos direitos humanos".
Angélica León era líder do grupo e dedicava-se à busca do seu irmão José Juan Vázquez León, desaparecido a 27 de junho de 2018. De acordo com relatos publicados na imprensa mexicana, a ativista foi morta a tiro no seu estabelecimento comercial na cidade de Tecate. Até ao momento, as autoridades locais não se pronunciaram sobre o crime.
Outros grupos de busca de desaparecidos, como o "Madres Buscadoras de Sonora", ativo no norte do México, e o Coletivo 10 de Março, que atua no estado fronteiriço de Tamaulipas, exigiram justiça e criticaram o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador nas redes sociais.
Segundo os dados oficiais, o México registou 114 mil pessoas desaparecidas desde 1952, mas muitos dos casos aconteceram depois de 2006, quando o governo à época iniciou uma controversa operação militar antidroga. O estado da 'Baja California' regista 2.660 pessoas desaparecidas, de acordo com os dados oficiais.
Ao rever os números, o governo do presidente López Obrador anunciou em dezembro do ano passado que tinha localizado 16.681 pessoas que eram consideradas desaparecidas.
O processo é alvo de críticas de defensores dos direitos humanos, políticos da oposição e famílias de desaparecidos, que acusam o governo de tentar reduzir os números.
O país tem dezenas de grupos de busca, integrados principalmente por familiares das vítimas, que atuam muitas vezes em condições perigosas e sob ameaça.
O México, com 126 milhões de habitantes, registou mais de 420 mil assassinatos desde 2006, a maioria atribuídos a organizações criminosas.
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