Por volta das 09:00 de hoje, dez ativistas do grupo Climáximo sentaram-se no chão da Segunda Circular, em frente aos escritórios da Galp, nas Torres de Lisboa.

Segundo a CNN, vários condutores saíram dos carros e obrigaram os jovens a sair da estrada. Depois disso, os ativistas ocuparam a berma e o passeio, mas pouco depois os manifestantes voltaram a ocupar o seu lugar inicial.

As primeiras imagens publicadas nas redes sociais mostravam ainda dois jovens pendurados na ponte pedonal laranja que atravessa a estrada naquela zona. Os ativistas seguravam uma faixa vermelha, onde se podia ler "o governo e as empresas declaram guerra à sociedade e o planeta".

A PSP esteve no local e deteve 11 manifestantes, avança a TSF. "A polícia retirou as pessoas que estavam sentadas pacificamente na estrada", confirmou o grupo Climáximo no Instagram.

Um dos ativistas pendurado na ponte pedonal disse às autoridades que "sentia que podia não estar bem preso, apesar de já estarem ali há alguns minutos", de acordo com um repórter da CNN.

"Vários ativistas foram levados do local pela PSP, enquanto os bombeiros foram chamados para remover os ativistas pendurados", refere o movimento Climáximo, em comunicado enviado para as redações. Posteriormente, foi confirmado que os dois jovens foram retirados do local com o auxílio de uma grua.

A porta-voz na ação, Noah Zino, voltou hoje a lembrar que “" cada dois dias, só as emissões de Portugal matam mais do que os incêndios de Pedrógão".

"Há décadas que os governos e as empresas sabem da destruição e morte da crise climática, e escolheram continuar a queimar combustíveis fósseis, apesar de haver alternativas mais baratas e seguras disponíveis", acrescentou.

"São atos de guerra as cheias que mataram milhares de pessoas e arrasaram cidades este setembro, os 8 milhões de deslocados no Paquistão, e dezenas de milhares massacrados todos os anos com as ondas de calor na Europa. Cada fogo, furacão ou seca é uma bomba largada sobre nós pela indústria fóssil e os governos que a subsidiam", frisou outra ativista no local.

"A tentativa de aumento de emissões, com novos projetos de morte como aeroportos ou gasodutos, corresponde à tentativa consciente de construir novos campos de concentração e matar centenas de milhões de pessoas", remata a porta-voz.

No Instagram, o grupo foi partilhando imagens do protesto. "A nossa casa está a arder. Temos de ir a todos os quartos acordar toda a gente para apagar o fogo", escreveram.

Foi também partilhada uma fotografia com outra faixa em que se lia "estão a destruir tudo o que tu amas".

Noutra storie, o grupo escreveu que "as emissões de 2021 condenaram à morte 9 milhões de pessoas. A cada hora que passa condenamos mais mil pessoas".

"O governo e as empresas estão a escolher conscientemente continuar a crise climática e destruir tudo o que amamos", frisam ainda.

O grupo partilhou ainda um vídeo onde se podia ver um motociclista a discutir com os jovens que estavam sentados na estrada. Um condutor de um carro surge posteriormente e arranca as faixas que os ativistas seguravam.

Este grupo é o mesmo que interrompeu o evento “World Aviation Festival”, na FIL Lisboa, e pintou a fachada daquele recinto com tinta vermelha.

Dias antes, ativistas do grupo Greve Climática Estudantil atiraram tinta verde ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, numa conferência da CNN sobre transição energética em que participavam as empresas Galp e EDP.

"O Governo provou que não quer saber da transição climática ao fazer conferências com a EDP e a GALP", "Este vai ser o último inverno de gás", "Não permitimos que vendam o nosso futuro" e "A GALP e a EDP não querem saber da transição justa", foram algumas das frases que os jovens gritaram na altura.