De acordo com fontes policiais e ligadas à investigação, Gerard Depardieu apresentou-se na Polícia Judiciária francesa para ser interrogado, tendo ficado “sob custódia policial”.

Associações de apoio especializado à vítima de violência sexual:

Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)
910 846 589
apoio@quebrarosilencio.pt

Associação de Mulheres Contra a Violência - AMCV
213 802 165
ca@amcv.org.pt

Emancipação, Igualdade e Recuperação - EIR UMAR
914 736 078
eir.centro@gmail.com

Gerard Depardieu, de 75 anos, é acusado de agressão sexual a duas mulheres em 2021 e 2014.

Um dos casos envolve uma decoradora, que integrou a equipa técnica do filme “Les Voltes Verts”, de Jean Backer, em 2021, e que acusa Depardieu de agressão e assédio sexuais e insultos sexistas numa mansão em Paris. A queixa contra o ator foi apresentada este ano.

A propósito do comportamento de Depardieu em cena, a atriz Anouk Grinberg, que participou naquele filme, contou à AFP que ouvia “comentários obscenos” “de manhã à noite”.

“Quando os produtores contratam Depardieu para um filme, eles sabem que estão a contratar um agressor”, afirmou a atriz.

A outra queixa contra Depardieu foi apresentada por uma antiga assistente, que o acusa de agressão sexual em 2014, nomeadamente por “comentários obscenos”, durante reuniões em casa, em Paris, e por “propostas sexuais” durante a rodagem do “Le Magicien et les Siamois”, de Jean-Pierre Mocky.

Gerard Depardieu, que a AFP considera “um gigante do cinema francês”, enfrenta ainda outras três queixas de violação, uma delas por denúncia da atriz Charlotte Arnould, e uma pela jornalista espanhola Ruth Baza.

Em dezembro passado, o canal France 2 exibiu, no programa “Complément d’investigation”, imagens captadas durante uma viagem de Depardieu à Coreia do Norte em 2018, nas quais o ator surge a fazer comentários de caráter sexual a mulheres, sobre mulheres e sobre uma criança.

A exibição do programa levou várias personalidades do teatro e do cinema a afirmar que não voltariam a trabalhar com Depardieu e esteve na base das declarações da ministra francesa da Cultura da altura, Rima Abdul Malak, sobre a possibilidade de ser retirada a Legião de Honra ao ator.

Depardieu, através dos seus advogados, colocou a condecoração à disposição do Governo e declarou-se vítima de “um linchamento mediático”.

Na altura, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse à France 5 ser um “grande admirador” de Depardieu e afastou a possibilidade de retirar a Legião de Honra sem haver uma condenação na justiça.