Guilherme Valente é editor da Gradiva, que publicou em Portugal seis títulos do autor britânico: “Os Despojos do Dia” (1991), vencedor do prémio Booker, “Os Inconsolados” (1995), que lhe valeu o prémio Cheltenham, “Quando Éramos Órfãos” (2000), “Nunca me Deixes” (2005), este dois últimos nomeados para o Booker Prize, o livro de contos “Nocturnos” (2009) e “O Gigante Enterrado” (2015).

“A publicação da obra de Kazuo Ishiguro é uma grande satisfação intelectual, de gosto e profissional, mas não constitui uma surpresa, pois já há muito esperava a atribuição do Prémio Nobel a este autor”, afirma, em comunicado, Guilherme Valente.

“Kazuo Ishiguro é um dos mais importantes ficcionistas do restrito e muito exigente catálogo de ficção estrangeira da Gradiva”, remata o editor.

Antes dos seis livros publicados em Portugal pela Gradiva, as editoras Livro Aberto e Relógio d'Água publicaram "Um artista do mundo transitório" e "As colinas de Nagasáqui", respetivamente, ambas no ano de 1990.

O escritor Kazuo Ishiguro disse hoje, na primeira reação ao anúncio de que era o premiado com o Nobel da Literatura, esperar contribuir para uma atmosfera mais positiva numa altura em que o mundo atravessa tempos turbulentos.

“É uma honra magnífica, principalmente porque significa que sigo nas pegadas dos maiores autores que alguma vez viveram”, afirmou Ishiguro à BBC, ressalvando que o comité do prémio Nobel não o contactou e, como tal, começou por pensar que se tratava de uma partida.

O escritor disse ter a esperança de que o Nobel seja uma força do bem: “O mundo está num momento muito incerto e esperaria que todos os prémios Nobel fossem uma força em prol de algo positivo no mundo”.

“Ficaria profundamente comovido se pudesse, de algum modo, ser parte de um tipo de clima, este ano, que contribua para uma atmosfera positiva num tempo muito incerto”, afirmou o escritor de “Os Despojos do Dia”.

O prémio Nobel da Literatura 2017 foi atribuído ao britânico Kazuo Ishiguro, anunciou hoje a Academia Sueca.

A Academia justificou a escolha de Kazuo Ishiguro, por ser um escritor que, "em romances de grande força emocional, revelou o abismo sob o sentido ilusório de conexão com o mundo".

O escritor nasceu em Nagasáqui, no Japão, fixando-se com a família, no Reino Unido, no início da década de 1960. Destacou-se com os primeiros contos, publicados na revista Granta, escreveu para cinema e televisão, e é também autor de canções.