Este artigo tem mais de 3 anos
António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, e Fernando Almeida, presidente do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, atenderam à habitual conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde de atualização dos dados da pandemia em Portugal.
- Surtos em escolas: António Lacerda Sales revelou que há 477 surtos em escolas, dispersos pelas diferentes regiões do pais, no Norte 58, no Centro 72, na região de Lisboa e Vale do Tejo 291, no Alentejo 29 e no Algarve 27."Não nos parece que as escolas sejam um foco de grande intensidade daquilo que é a intensidade destes surtos, aliás, porque as autoridades de saúde fazem e muito bem o seu trabalho de segregação daquilo que são os casos positivos, os contactos de alto risco, os contactos de baixo risco, sendo que uma turma ou uma zona da escola ou a escola só fechará caso a autoridade de saúde o entenda e de acordo com esta estratégia de identificação do risco. Parece-me que a questão das escolas está a correr bem", disse o governante, salientando que “nada nos antecipa” que seja necessário mudar o calendário escolar. Todavia, ao início da noite este número foi corrigido para 68.
- Portugal continua a usar remdesivir apesar de nova orientação da OMS: O secretário de Estado da Saúde afirmou hoje que Portugal vai continuar a usar o antiviral remdesivir para tratar a covid-19 enquanto não tiver outra orientação da Agência Europeia do Medicamento, apesar de a Organização Mundial de Saúde o desaconselhar. Numa recomendação divulgada hoje, peritos da OMS consideram que “não há provas de que o remdesivir tenha qualquer benefício para os doentes e desaconselham o seu uso, quer pela possibilidade de efeitos secundários quer pelo que implica a sua administração”, que tem que ser intravenosa. Também hoje, Lacerda Sales afirmou que Portugal continuará a seguir “as orientações da Agência (Europeia do Medicamento)” e que até agora, não houve “nenhuma alteração das orientações de utilização”.
- Reservados 7,5 milhões de testes: Portugal fez uma reserva de 7,5 milhões de testes de diagnóstico de covid-19 que devem chegar no início do ano, anunciou António Lacerda Sales. A reserva foi feita através de um mecanismo europeu e acresce aos 500.000 testes da Cruz Vermelha Portuguesa, precisou o governante durante a habitual conferência de imprensa destinada a atualizar a informação relativa à pandemia de covid-19 em Portugal. “Trata-se de uma reserva que pode ou não ser ativada, mas que diz respeito à nossa preparação e à nossa resposta futura”, afirmou.
- Testes rápidos: "Os testes de antigénio usados em Portugal têm padrões de desempenho com sensibilidade igual ou superior a 90%, de acordo com o secretário de Estado. Lacerda Sales justificou que os testes não começaram a ser usados mais cedo porque é preciso “dar tempo à ciência” e que estes, há dois meses "não ofereciam estas garantias”. O presidente do Instituto Nacional de Saúde (INSA), Fernando Almeida, adiantou, também na conferência de imprensa, que os testes rápidos são “uma ferramenta espantosa, fundamental”, sobretudo ao nível de uma maior capacidade de testagem com critério e de se atuar com muito mais rapidez, interrompendo com a cadeia de transmissão do novo coronavírus SARS-Cov-2, que provoca a doença covid-19. “O que pretendemos é acelerar muito mais a nossa capacidade de resposta”, explicou.
- Novo estado de emergência: O secretário de Estado Adjunto e da Saúde sublinhou que, numa altura em que o país "renova o estado de emergência, cabe-nos a nós fazer tudo para achatar a curva" e "abrandar a pandemia em Portugal". "É neste ponto que estamos, onde a nossa responsabilidade individual e coletiva é mais determinante que nunca, do governo primeiro, e das restantes forças políticas logo a seguir, do SNS enquanto garante da saúde dos portugueses, mas do sistema de saúde como um todo, dos profissionais de saúde que estão nos hospitais, mas dos cidadãos que estão cá fora e que devem zelar por si e pelos outros e também por quem trata de nós. Da parte do Ministério da Saúde, posso reiterar que não vacilaremos na luta por esse objetivo. O caminho é o de sempre: preparar, robustecer, fortalecer a nossa resposta à pandemia com a nossa evidência cientifica disponível a cada momento e corrigindo ao longo do tempo o que tem de ser corrigido".
- Os números de hoje: Portugal contabiliza esta sexta-feira mais 61 mortos relacionados com a covid-19 e 6.489 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da DGS. Das 61 mortes registadas nas últimas 24 horas, 33 ocorreram na região Norte, 15 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 12 na região Centro e uma no Algarve.
(Notícia corrigida às 20h26)
Comentários