5,5% dos lares apresentam casos de funcionários ou utentes infetados com o novo coronavírus, uma percentagem que representa um total de 153 unidades. A informação foi dada por António Lacerca Sales, na habitual conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde.

Mantêm-se a “tendência de decréscimo”, afirmou o secretário de Estado, sublinhando que o Ministério da Saúde  “não desiste de proteger os mais vulneráveis”.

Segundo contas do Ministério da Saúde, 3.280 profissionais de saúde “infetados com coronavírus já recuperaram, ou seja, mais de 81%”, sublinhou  Lacerda Sale.

O secretário de Estado da Saúde sublinhou o reforço de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde que surgiram os primeiros casos em Portugal, no início de março: As unidades de saúde contam agora com “mais 3.900 profissionais de saúde”.

Numa conferência que serviu acima de tudo para fazer pontos de situação relativamente a surtos já conhecidos, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, revelou, relativamente à situação no Hospital São José, em Lisboa, que dos 36 doentes que estavam internados, 7 que deram positivo foram transferidos para o Hospital Curry Cabral e 29 estão isolados nas suas enfermarias. Os 130 profissionais de saúde deste serviço foram testados e 10 estão neste momento no seu domicílio ao ponto que os restantes estão a trabalhar.

Já sobre o IPO de Lisboa, a situação foi dada como "completamente estabilizada", sendo que, no entanto, o surto ainda não foi dado por terminado "porque não passaram os dias suficientes" para tal. Aqui, a prevenção vai continuar a fazer-se à base de um investimento na testagem que, até ao momento, já permitiu identificar 121 casos.

“Em relação a este último surto, foram testadas especificamente 238 pessoas. A situação no IPO de Lisboa é dada como estável. Continuaremos a acompanhar.”

Já no Carregado está uma das situações que merece mais acompanhamento, existem 42 casos positivos confirmados, sendo que há 170 pessoas testadas cujos resultados ainda não estão disponíveis.

No domingo, a SIC noticiou que tinham sido identificados 14 casos de infeção entre os trabalhadores da empresa de cerâmica Geberit, no Carregado, concelho de Alenquer (distrito de Lisboa).

Graça Freitas adiantou que a situação está a ser acompanhada pelas autoridades de saúde locais, que estão a trabalhar para identificar a origem do surto e traçar a cadeia de transmissão.

“Está a ser feita a intervenção que costuma ser feita, entre as autoridades e forças locais, para tentar perceber este surto, contê-lo na sua origem e também procurar contactos próximos destas pessoas que podem estar espalhados por varias regiões da Grande Lisboa”, explicou.

Está a ser preparado um plano de "grande profundidade" para o inverno

Desde o início da pandemia, em março, até ao início do mês de julho foram contratados 3.894 profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e operacionais. A informação foi revelada por Lacerda Sales que disse que ainda “há possibilidade de expandir este número de contratações dentro do que é o quadro legal e as necessidades”.

O secretário de Estado da Saúde afirma, no entanto, que o plano de preparação para o inverno não passa exclusivamente pelo reforço de capital humano, sublinhando o necessário reforço da capacidade dos hospitais e das unidades de cuidados intensivos, da vacinação, com um aumento de 600 mil doses em relação ao ano anterior, do aumento da capacidade de testagem no serviço público, di reforço ao nível da reserva estratégica e pela própria preparação para a resposta Covid e não Covid.

"Temos de manter a atividade não Covid num eventual segundo surto", diz o governante que fala num “plano de preparação de grande profundidade para o inverno”.

Além do reforço de recursos humanos, a preparação do plano para o inverno passa também pela aposta na capacidade instalada dos hospitais e agrupamentos de centros de saúde, em particular das unidades de cuidados intensivos.

“Temos como objetivo, até ao final do ano, as 9,3 camas por 100 mil habitantes, o que exigirá entre cerca de 930 a 1.000 camas de cuidados intensivos”, precisou.

António Lacerda Sales recordou ainda o reforço da vacinação, referindo o aumento de 600 mil doses, e sublinhou também a intenção do Governo em aumentar a capacidade de testagem para a covid-19, através da expansão da rede no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo o secretário de Estado, estão também a ser lançados diferentes concursos públicos para equipamentos de proteção individual, zaragatoas, medicamentos e reagentes.

Além das medidas de reforço, o Governo tem-se reunido com os conselhos de administração dos diferentes hospitais no sentido de rever os respetivos planos de contingência.

“Este plano terá, dia após dia, uma concretização maior, sabendo que, além da implementação deste plano, teremos que estar a responder permanentemente a uma retoma da atividade assistencial”, sublinhou, acrescentado que essa atividade terá de se manter mesmo durante uma eventual segunda onda da doença.

Governo está a melhorar recolha de dados sobre a doença para "reduzir erros"

“Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) encontram-se a fazer uma intervenção profunda nos sistemas de recolha e tratamento dos dados epidemiológicos com o objetivo de reduzir as tarefas manuais, acelerando o processo diário de elaboração do boletim [da Direção Geral de Saúde] e diminuindo a possibilidade de ocorrência de erros”, afirmou António Lacerda Sales durante a conferência de imprensa para fazer um balanço da epidemia de covid-19 em Portugal.

O governante salientou a importância da “transparência e rigor” na recolha e divulgação de dados sobre o novo coronavírus.

Também presente na conferência de imprensa, Luís Góis Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), acrescentou que o objetivo é reduzir a intervenção manual de “operações complexas que passam a ser cada vez mais automatizadas”.

Desta forma, aumenta a celeridade na recolha e divulgação de dados e “diminui-se o erro”, reforçou Luís Góis Pinheiro, garantindo que este trabalho de melhoria “estará finalizado muito em breve”.

Além dos dados que permitem elaborar diariamente o boletim da DGS, no qual constam informações sobre o aumento de infetados e óbitos relacionados com a covid, tais como a idade ou a cidade onde foram identificados, os SPMS estão também a melhorar o TraceCovid19.

O TraceCovid19 permite fazer a gestão da pandemia e dar apoio aos médicos que mantêm os doentes em vigilância. Segundo Luís Góis Pinheiro, o aperfeiçoamento desta ferramenta vai “permitir tratar cada vez mais a informação” e “apoiar as decisões daqueles que têm de as tomar”.

Portugal regista hoje mais duas mortes e 306 novos casos de infeção por covid-19 em relação a domingo, 254 dos quais na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).

De acordo com o boletim, desde o início da pandemia até hoje registam-se 46.818 casos de infeção confirmados e 1.662 mortes.

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