“A situação de solidariedade social piorou após a pandemia, pois os vários governos (federal e provincial) disponibilizaram alguns subsídios, que depois da covid-19 acabaram. Agora a situação é um pouco mais complicada”, afirmou Maria José Raposo.

O Centro de Ajuda à Família (CAF) foi criado em 1996, inicialmente devido a uma “necessidade crescente de apoio às vítimas de violência doméstica de expressão portuguesa”.

A diretora da instituição explicou que no ano passado assistiam cerca de 60 famílias apoiadas semanalmente através do seu programa de banco alimentar, “um número que aumentou para mais de 70 famílias este ano devido à situação económica".

Os alimentos são doados à CAF através de uma instituição sem fins lucrativos provincial, produtos que agora “são mais escassos e os sacos de alimentos já não estão tão cheios como acontecia no passado”.

Apesar destes desafios, o Centro de Ajuda à Família “não recusa ajuda a ninguém” tendo em lista de espera atualmente “cerca de 30 famílias”.

Além do programa do banco alimentar, a instituição continua a prestar assistência a vítimas de violência doméstica.

No ano passado, foram assistidas 30 mulheres e dois homens, que receberam apoio psicológico e orientação, disse, acrescentando que a associação trabalha em conjunto com outros serviços de apoio, nomeadamente de abrigo.

“Muitas das pessoas já estão separadas, mas continuam a ser ameaçadas. Alguns não falam fluentemente francês e necessitam da tradução nos centros de abrigo, ou precisam de algumas indicações e até mesmo apoio psicológico”, explicou.

Focando-se na comunidade de expressão portuguesa, mais recentemente tem-se verificado uma “crescente imigração brasileira e a chegada de refugiados angolanos”, que têm procurado os serviços da CAF.

Calcula-se que existem cerca de 50 mil portugueses e lusodescendentes em Montreal.