Numa visita a esta unidade de saúde, que é a referência hospitalar no norte do país, os autarcas Rui Moreira (Porto), José Manuel Ribeiro (Valongo) e António Silva Tiago (Maia), assinaram um ofício a vincar a importância estratégica do equipamento e apontaram uma solução de financiamento para a sua construção.
“O Hospital de S. João tem uma especial preponderância nestes três municípios e temos de persuadir o governo, dentro dos fundos estruturais europeus existentes para a região, a financiar a obra. As nossas câmaras, se for caso disso, estão disponíveis para repartir entre si a percentagem da componente nacional”, disse Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto.
O autarca vincou que “não será por falta de apoio dos municípios que a obra não avança”, mas apontou uma assimetria em relação aos apoios dados pelo Estado a outros hospitais do país.
“Há uma desigualdade. Aos hospitais do Lisboa e Vale do Tejo, que não podem concorrer a estes fundos, os apoios estão a ser dados diretamente pelo Estado central, o que não me parece mal, mas quando falamos em hospitais de regiões de convergência, como o nosso, tem de se arranjar financiamento com fundos europeus e a componente nacional fica sempre pendurada”, notou Rui Moreira.
O presidente da Câmara do Porto vincou que “em comparação com os hospitais centrais de Lisboa e Coimbra, o S. João é o único que tem esta carência [do heliporto]”, e considerou “ilógico” que, num caso de urgência, os doentes sejam transportados para o heliporto do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e depois reencaminhados de ambulância para o S. João.
Para resolver esta questão, a administração do Hospital S. João, com o apoio da ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil), já desenvolveu um projeto para a construção do equipamento nas suas instalações, avaliado em 1.4 milhões de euros, que já foi alvo de um concurso público e tem um concorrente apto a concluir a empreitada em seis meses, logo que o financiamento seja atribuído.
“É um projeto emblemático não só para o hospital, como para a região. Esta é a unidade de referência para doentes críticos de todo o Norte, nomeadamente na vertente pediátrica e nos doentes queimados, mas temos problemas no acesso quando são doentes que precisam cuidados urgentes”, explicou Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João.
O responsável lembrou que na construção da unidade, há 62 anos, havia um heliporto, mas que há cerca de 20 anos o equipamento foi interrompido por questões técnicas, algo que tem beliscado a eficácia do socorro prestado.
“Torna-se mais difícil e demorado. Há doentes em que o tempo é um fator limitativo no ponto de vista de recuperação. Este heliporto dará uma maior segurança e maior capacidade de intervenção na rede hospitalar”, completou Fernando Araújo.
O presidente do conselho de administração do S. João, apontou, ainda, que o heliporto “permitirá rentabilizar todo o esforço feito na criação destes equipamentos em outras zonas do país, nomeadamente no interior, e também dinamizar a excelente frota que o INEM possui”.
O investimento na construção do heliporto faz parte do Plano de Atividades e Orçamento do Centro Hospitalar de S. João, que já foi aprovado pelos ministérios da Saúde e das Finanças.
Comentários