#1 Autárquicas
"E partimos, portanto, para estas eleições com o espírito de quem, com combatividade, vai disputar as eleições para as ganhar. É isso que se espera de um grande partido"
Na sessão de abertura da Convenção Autárquica Distrital do PSD, na Guarda, onde foram apresentados os candidatos autárquicos às 14 câmaras municipais do distrito, foi esta a mensagem de Pedro Passos Coelho, no passado dia 2 de abril.
"E partimos, portanto, para estas eleições com o espírito de quem, com combatividade, vai disputar as eleições para as ganhar. É isso que se espera de um grande partido", acrescentou.
"O que é importante é que nós olhemos para a maneira como nos estamos a apresentar junto do nosso eleitorado, não estando apenas a querer apresentar medidas fáceis, facilitistas ou só para agradar. Não vale a pena ganhar só por ganhar. Nós queremos ganhar para concretizar as nossas ideias e o nosso programa e é isso que é importante na política".
#2 Venda do Novo Banco
"Portanto, o que se deveria era estar a discutir hoje os termos da venda e afinal estamos a discutir a venda parcial"
"Eu hoje, de certa maneira, convidei o Fundo de Resolução e o Governo a esclarecerem por que é que só conseguiram vender 75% do banco. Era suposto que, ao fim deste período, o que tivesse sido anunciado era a venda do Novo Banco", disse Passos Coelho aos jornalistas, na Guarda, no final da sessão de abertura da Convenção Autárquica Distrital do PSD, também a 2 de abril.
"E essa venda podia envolver garantias, podia envolver da parte do Fundo de Resolução contingências várias que pudessem ter de ser acauteladas, podia haver perdas do próprio Fundo de Resolução se não se conseguisse vender o banco pelo valor do capital que lá foi injetado, tudo isso eram contingências que podiam acontecer, que nós esperaríamos que fossem minimizadas pelo Fundo de Resolução e pelo Governo", afirmou.
"Seria péssimo que houvesse como solução uma nacionalização do banco, não era a solução de princípio que nós defendêssemos, a liquidação do banco seria o fim do processo se tudo tivesse falhado, mas seria muito grave que assim tivesse acontecido".
"Portanto, o que se deveria era estar a discutir hoje os termos da venda e afinal estamos a discutir a venda parcial. E a venda parcial pressupõe que do Fundo de Resolução remanesçam responsabilidades para futuro que podem ou não trazer custos para os contribuintes e o Governo é pouco claro a discutir estas matérias, mas nós iremos discuti-las evidentemente, quer no parlamento, quer fora dele", rematou.
#3 Procedimento por Défice Excessivo
"Em 1989, quando era ministro das Finanças o Dr. Miguel Cadilhe e primeiro-ministro Cavaco Silva, o défice público português também foi de 2,1%"
"Em 1989, quando era ministro das Finanças o Dr. Miguel Cadilhe e primeiro-ministro Cavaco Silva, o défice público português também foi de 2,1%. Não se trata portanto do valor mais baixo da democracia", disse Passos Coelho aos jornalistas, à margem do congresso do partido cristão-social do Luxemburgo (CSV), em que participou a 25 de março.
"Este Governo faz, mesmo com medidas extraordinárias, um foguetório imenso porque passou de 3% para 2,1%", criticou Passos Coelho, afirmando, no entanto, que ficou satisfeito com a redução do défice.
"Eu fico muito contente, porque prefiro mil vezes que nós possamos ter um défice mais baixo, mesmo que à custa de medidas extraordinárias e outras que não são sustentáveis".
"Quando cheguei ao Governo, em 2011, tinha recebido um défice de 11%, o défice que o Partido Socialista nos tinha legado", disse Passos Coelho. "Nós dissemos claramente que só era possível atingir [as metas estabelecidas pela ‘troika’] se pudéssemos tomar medidas de natureza extraordinária, e isso foi aceite na altura pela ‘troika’ e não foi dissimulado", sustentou.
"Nós, quando estivemos no Governo, tivemos de adotar políticas muito restritivas que causaram às pessoas menores recursos para serem distribuídos, porque nós não os tínhamos para distribuir, mas ninguém pensará que os Governos tenham de atuar todos os anos nessas circunstâncias", sustentou.
#4 A estratégia do PSD
PSD só poderá voltar ao poder "se não tiver medo de perder"
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que o partido só poderá voltar ao poder "se não tiver medo de perder" e defendeu que deve ser dado tempo ao atual Governo para ser responsabilizado pelas suas políticas.
Num almoço organizado pelo Fórum de Administradores de Empresas (FAE), em Lisboa, a 20 de março, Passos Coelho foi questionado por um empresário sobre como é que o partido poderá novamente voltar ao poder e reganhar eleitorado como os funcionários públicos e os pensionistas. "A estratégia é não ter medo de perder, essa é a estratégia", respondeu.
E acrescentou: "Nós não temos nenhuma possibilidade de acomodar políticas generosas, do ponto de vista financeiro, quer para os pensionistas quer para os funcionários públicos. Por mim o PS pode lá ficar à vontade, terá tempo para explicar aos portugueses porque é que não tem dinheiro para isso".
"A minha confiança em que o PSD pode ter um bom resultado para o futuro resulta da minha confiança de que a equação como está a ser gerida não é sustentável", disse, acusando o Governo de "degradar a qualidade dos serviços públicos" em áreas como a educação e saúde para sustentar as políticas de reposição de rendimentos.
"Se o Governo depender de nós para fazer esse tipo de opções, tire o cavalinho da chuva, a responsabilidade política tem de ser completa e não parcial", disse.
#5 Caixa Geral de Depósitos
O encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é de um “cinismo atroz”
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que o encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é de um “cinismo atroz” por parte dos socialistas, comunistas e bloquistas.
“No meu tempo ele [banco] era público e essas agências existiam porque é que agora têm de encerrar, agora que o banco tem de ser defendido como um banco público apoiado por comunistas, bloquistas e socialistas, isto é de um cinismo atroz, um cinismo atroz”, disse durante um almoço das mulheres sociais-democratas do distrito do Porto, realizado em Ermesinde, a 18 de março.
“Se a ideia é não vale a pena estar onde os outros também não estão, como é que eles sustentam a ideia de que o banco deva ser público, há de ser público porquê”, questionou.
“A segunda coisa é como é que é possível que para manter o banco público haja uma emissão de obrigações perpétuas, ou seja, os privados vão comprar obrigações, que é como quem diz vão emprestar dinheiro à caixa para sempre (…) se isto não é começar uma privatização da caixa, o que seria”, sustentou.
“Como é que os bloquistas, socialistas e comunistas justificam que a caixa esteja a pagar mais dinheiro aos capitalistas pelo dinheiro que recebe emprestado do que ao Estado que põem lá dinheiro dos contribuintes”, frisou.
#6 Debate quinzenal com António Costa
António Costa quis "enlamear" o anterior executivo a propósito do caso das "offshore"
A 8 de março, o líder do PSD e o primeiro-ministro protagonizaram uma acesa troca de acusações no debate quinzenal, depois de Passos Coelho ter afirmado que António Costa quis "enlamear" o anterior executivo a propósito do caso das "offshore".
As acusações do presidente do PSD, já no final do seu tempo de intervenção no debate, foram vistas pelo primeiro-ministro, António Costa, como "uma encenação" para passar a imagem de que existe uma "degradação e uma crispação do ambiente parlamentar", ideia que rejeitou.
Pedro Passos Coelho afirmou saber hoje que "não existe sobre as transferências para offshore nada que envolva a responsabilidade política" do anterior governo e que "mais de metade do que supostamente não passou pelo crivo do fisco devia ter passado já depois de o governo que liderou ter cessado funções".
O líder do PSD acusou António Costa de lançar insinuações, lamentando que o primeiro-ministro não peça desculpa por tentar "enlamear" o executivo PSD/CDS-PP.
Na resposta, o primeiro-ministro afirmou-se surpreendido pela "desfaçatez" de Passos Coelho, reclamando igualmente um pedido de desculpas e invocou notícias publicadas segundo as quais terá sido insultado durante uma reunião da bancada social-democrata.
O episódio provocou agitação nas bancadas socialista e social-democrata, com sucessivos pedidos de defesa da honra, incluindo da parte do líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, que acusou: "o primeiro-ministro é mal educado com aqueles que aqui representam os portugueses".
"Nunca, nem nos tempos de pior memória destes debates, ouvi o primeiro-ministro ofender gratuitamente e ao mesmo tempo tantas instituições", tinha afirmado antes Pedro Passos Coelho num pedido de defesa da honra, aplaudido de pé pela bancada social-democrata.
O líder do PSD afirmou que "há limites para a desonestidade no debate político" e que o primeiro-ministro "não perde uma oportunidade para desqualificar os adversários".
Para António Costa, "ficou claro" que Passos Coelho "não está satisfeito com o facto de o país viver um bom clima de cooperação entre os órgãos de soberania" e de "paz social": "pelo menos faça um intervalo entre debates para perder a cabeça", pediu, rejeitando que haja "crispação na Assembleia da República".
"O que há é uma bancada ressabiada" por o PSD ter "falhado tudo", acusou.
#7 E a geringonça
A chamada ‘geringonça' "não tem funcionado bem para Portugal"
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que apesar do sucesso intelectual internacional e do interesse académico e político pela solução governativa encontrada em Portugal, a chamada ‘geringonça', esta "não tem funcionado bem para Portugal".
Durante a visita ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), em Lisboa, a 7 de março, Pedro Passos Coelho estava a provar um pastel de nata e a falar sobre as exportações da marca com o responsável, quando este, em tom de brincadeira, disse que não se tratava de "nenhuma geringonça".
"Essa agora também está a ter algum sucesso intelectual lá fora, não sei se terá mais do que sucesso intelectual, mas as notícias vêm referindo o interesse de muita gente nesse tipo de solução. Eu prefiro o pastel de nata", respondeu, a sorrir, o líder do PSD.
Logo à entrada, o líder do PSD provou um gomo de uma laranja da CACIAL (Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve) e conversando com a promotora, gracejou: "esta é uma época fantástica para as laranjas. Tenho que ver se aproveito um bocadinho melhor a época".
Um dos responsáveis pela cooperativa dirigiu-se mais tarde a Passos Coelho, recordando que nos outros anos "levava uma laranja anti-stress", mas que "como está mais calmo agora, leva uma verdadeira". "Eu tenho sempre calma, mas esta já não dá para o mesmo efeito", disse.
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