“Ouvida a assembleia [de militantes], deve ser dada a oportunidade de propor o seu candidato autárquico, quer ratificando a candidatura que já se encontra anunciada [Orlando Carvalho] ou, em alternativa, propondo um novo nome e novas listas para aprovação por parte da Comissão Política [CP] Distrital e homologação por parte da CP Nacional”, refere o Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) na ata da reunião de quarta-feira, a que a agência Lusa teve acesso.

Contactado pela Lusa, o presidente da concelhia, Sérgio Fontes, disse que a atual CP distrital já tinha demonstrado o apoio à candidatura de Orlando Carvalho, “de acordo com as indicações do CJN” e já pediu à presidente da mesa da assembleia para convocar uma assembleia de militantes.

Apesar de ter indeferido o pedido de anulação das decisões tomadas pela CP Distrital Oeste, o CJN adverte que a CP Distrital e a CP Nacional “têm apenas competência para aprovar e homologar as candidaturas autárquicas em cada município”, sendo o processo autárquico de escolha dos nomes e composição das listas competências da concelhia.

A anterior presidente da CP da concelhia da Lourinhã, Mafalda Lourenço, queixou-se ao CJN e pediu demissão do cargo por decisões da Distrital Oeste divergentes da concelhia na escolha do candidato à câmara.

“Espero que, reposta a verdade e legalidade dos processos democráticos, ouvindo-se os militantes conforme ordenou o CJN, o PSD saia reforçado e possa ser a verdadeira alternativa ao poder socialista na Lourinhã”, afirmou à Lusa Mafalda Lourenço.

Na sua versão, numa primeira fase, a comissão política concelhia indicou o nome do independente Pedro Antunes, candidato à câmara há quatro anos pelo CDS-PP.

Contudo, referiu, apesar de haver garantias de o PSD vir a liderar a coligação de direita, o nome foi rejeitado pela distrital do PSD/Oeste.

Numa segunda fase, a distrital optou por escolher o nome do vice-presidente da distrital, atual vereador e candidato à câmara em 2013, Hernâni Santos, por ser o mais votado numa sondagem interna efetuada pelo partido.

Nessa sondagem, não constou o nome de Pedro Antunes, nem de outros potenciais candidatos fora do partido, à exceção de independentes eleitos pelo PSD.

Numa terceira fase, na reunião da distrital, a concelhia propôs Mafalda Lourenço para cabeça de lista, o que não foi aceite pela distrital.

O vice-presidente do PSD/Oeste João Paulo Reis esclareceu que, desde o primeiro momento, a comissão política concelhia apontou para o lugar o nome do atual vereador, vice-presidente da distrital e cabeça de lista à câmara nas eleições de 2013, Hernâni Santos, motivo pelo qual o partido realizou uma sondagem a pedido da concelhia e do potencial candidato.

"O único nome votado [na distrital] foi o de Hernâni Santos", que veio a desistir por não ter o apoio da concelhia, confirmaram o próprio e Mafalda Lourenço.

O vice-presidente da distrital disse que, perante a falta de diálogo com a presidente da concelhia e os "prazos apertados" impostos pela comissão nacional, optou por indicar o empresário e militante Orlando Carvalho para cabeça-de-lista à câmara.

O CJN reuniu-se na quarta-feira para analisar várias queixas de violação dos estatutos enviadas por estruturas locais na escolha de candidatos autárquicos, que foram analisadas “caso a caso”.