Nos últimos dias, o CDS tem vindo a testar a candidatura de Assunção Cristas à Câmara Municipal de Lisboa, avança o Diário de Notícias (DN). Depois de, nas eleições autárquicas de 2013, o CDS ter passado de uma Câmara Municipal para cinco, o partido quer avançar com um nome forte para conquistar a capital.

Os dados recolhidos pelo partido, sediado no Largo do Caldas, revelam que dos candidatos testados para a autarquia de Lisboa, entre militantes e independentes, Assunção Cristas é "o nome que recolhe maior percentagem de votos e menos rejeição”, conta fonte da direção ao DN. 

No entanto, o apoio dos sociais-democratas pode vir a ser, segundo os dados do CDS, um fator preponderante na vitória de Assunção Cristas.


Este não seria um cenário inédito, Nuno Krus Abecasis presidiu a Câmara de Lisboa, entre 1980 e 1990, apoiado por uma coligação idêntica. O cenário nunca mais se repetiu em Lisboa, mas teve eco em outras zonas do país. Hoje, os partidos de Pedro Passos Coelho e de Assunção Cristas, governam, em coligação, 22 câmaras.

Apesar disso, os sociais-democratas não parecem estar interessados em adicionar mais uma câmara às mais de duas dezenas que governam em pareceria com os centristas. Um dirigente distrital de Lisboa, do PSD, afirmou ao DN que “até Pedro Santana Lopes decidir se é ou não candidato, estamos em blackout sobre essa matéria”, acrescentando que um cenário em que Cristas encabeça uma lista de uma coligação à direita “não tem aceitação no partido”.

Basta recordar o último congresso social-democrata, em abril, para percebermos que esta não é uma ideia popular dentro do partido. Mauro Xavier, presidente da concelhia de Lisboa do PSD, no seu discurso afirmou que “o PSD terá um candidato independente ou militante do PSD” a Lisboa, reiterando de seguida que “a candidatura de Assunção Cristas está totalmente excluída”.

Contactado pelo DN, Xavier manteve o seu discurso, mas acrescentou que, apesar de esta não ser uma solução do seu agrado, a concelhia não exclui uma possível coligação entre PSD e CDS.

O partido liderado por Passos Coelho fica, assim, à espera de Santana Lopes, o nome mais consensual dentro do PSD, que adiou para final do próximo mês a decisão sobre a sua candidatura à Câmara de Lisboa, local que bem conhece e onde foi presidente durante três anos, entre 2002 e 2005. Segundo Carlos Carreiras, “os prazos definidos pelo partido para preparar as candidaturas será entre 16 de outubro e 31 de março de 2017”. O coordenador autárquico do partido admite que têm sido equacionadas coligações para Lisboa, “mas nada foi ainda falado formalmente”.