Ao todo, os partidos políticos e coligações preveem despesas de quase 35 milhões de euros na campanha para as eleições para as autarquias, marcadas para 01 de outubro.
De acordo com os orçamentos de campanha disponíveis no ‘site’ da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, a candidatura socialista de Manuel Pizarro à câmara do Porto será a mais cara de todo o país, com despesas de 360 mil euros.
A maior ‘fatia’ do orçamento será gasta na “conceção de campanha, agências de comunicação e estudos de mercado”, com quase 115 mil euros. Para comícios e espetáculos estão reservados mais de 91 mil euros, enquanto em propaganda haverá uma despesa de 60 mil euros e em cartazes, estruturas e telas serão gastos 25 mil euros.
A coligação PSD/PPM, que apoia a candidatura de Álvaro Almeida no Porto, fica um pouco abaixo do valor da campanha de Manuel Pizarro, com um gasto estimado de 350 mil euros.
Mais de um terço, cerca de 143 mil euros, estão previstos para comícios e espetáculos, 71 mil euros para cartazes, estruturas e telas e mais de 60 mil euros para a “conceção de campanha, agências de comunicação e estudos de mercado”.
Ainda no Porto, o quarto concelho do país em número de eleitores – 214.270 – irão concorrer mais sete partidos ou coligações: a CDU (coligação que junta o PCP e o PEV 80 mil euros, BE - cerca de 57 mil euros), PAN (cerca de 13 mil euros), PPV/CDC (5.000 mil euros), PNR (1.000) e o PTP (200 euros).
O CDS-PP não apresenta uma lista própria no Porto, apoiando a candidatura do independente Rui Moreira. Os orçamentos das candidaturas dos grupos de cidadãos não estão, contudo, ainda disponíveis na página da Internet da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos.
Em Lisboa, o maior orçamento volta a ser do candidato do PS, com Fernando Medina a apresentar despesas de 249 mil euros.
A candidatura do PSD, encabeçada por Teresa Leal Coelho prevê gastos de 179 mil euros e é a mais cara entre os 190 municípios onde os sociais-democratas se apresentam sozinhos às urnas.
Em Lisboa, o município com mais eleitores - 493.415 – a CDU irá gastar 100 mil euros, enquanto o CDS-PP, que tem como cabeça de lista a líder do partido, Assunção Cristas, e concorre juntamente com o MPT e o PPM, tem orçamentados 97.500 euros.
O BE deverá gastar pouco mais de 90 mil euros, o Nós Cidadãos! 25 mil euros, o PAN quase 23 mil, a coligação PDR/JPP 20 mil, o PURP seis mil e o PNR 1.100.
O limite máximo admissível, que foi reduzido em 20% na última alteração à lei, aprovada em janeiro passado, para as candidaturas autárquicas a Lisboa e Porto é 460.080 euros, que corresponde a 1.350 salários mínimos mensais nacionais (a valores de 2008).
Com um orçamento global de cerca de 15 milhões de euros, o PS apresenta, além do Porto, outra candidatura com um orçamento superior a 300 mil euros, contando gastar em Vila Nova de Gaia cerca de 303 mil euros (o segundo concelho do país com mais eleitores, 262.212)
Com orçamentos entre os 200 e os 300 mil euros, o PS tem três candidaturas: Lisboa (249 mil euros), Matosinhos (212 mil euros) e Cascais (211 mil euros).
Dezasseis candidaturas socialistas têm orçamentos entre os 100 e os 200 mil euros, nomeadamente Gondomar e Guimarães (com cerca 149 mil euros em cada um dos concelhos), Coimbra (cerca de 129 mil euros), Vila Franca de Xira (cerca de 127 mil euros) Paredes e Amarante (cerca de 124 mil euros em cada um dos municípios), Leiria (cerca de 116 mil euros) e Sintra, o segundo concelho com mais eleitores, 311.793 (cerca de 115 mil euros).
No Funchal, onde os socialistas integram a coligação PS/BE/JPP/PDR/Nós Cidadãos! encabeçada pelo atual presidente da autarquia Paulo Cafôfo, o orçamento é de 150 mil euros. Em Felgueiras, o PS concorre coligado com o Livre e deverá gastar mais de 122 mil euros.
Entre os 190 concelhos onde o PSD concorre sozinho, além de Lisboa, existem dois municípios onde os sociais-democratas apresentam orçamentos superiores a 100 mil euros: Santa Maria da Feira (145 mil euros) e Funchal (112 mil euros).
A candidatura da coligação PSD/CDS-PP/PPM a Braga deverá ser a terceira mais cara de todo o país (depois das candidaturas do PSD e do PS ao Porto), com um orçamento de 306 mil euros.
Em coligação com o CDS-PP, o PSD apresenta para Cascais um orçamento de cerca de 144 mil euros, enquanto na Maia as despesas deverão ascender a 163 mil euros.
Para Sintra, a coligação PSD/CDS-PP MPT/PPM estima gastos de 160 mil euros.
Ao todo, o PSD prevê gastar quase nove milhões de euros na campanha para as autárquicas de 01 de outubro.
A coligação CDU (PCP/PEV) tem um orçamento de cerca de 7,2 milhões de euros para os 304 municípios onde apresenta listas.
A aposta dos comunistas e ecologistas está essencialmente concentrada nos distritos de Lisboa e Setúbal, com o município do Seixal a ter o maior orçamento da coligação, 155 mil euros.
Em Almada a coligação prevê gastar 130 mil euros, enquanto para a recandidatura de Bernardino Soares em Loures estão orçamentados 120 mil euros. Para Vila Franca de Xira, autarquia que os comunistas perderam para o PS em 1997, a CDU prevê despesas de 115 mil euros, apenas mais cinco mil euros do que o estimado para Setúbal.
O CDS-PP orçamentou cerca de um milhão de euros para as campanhas dos 144 municípios onde se apresenta às urnas sozinho. O partido prevê gastar mais no Funchal, para onde foi apresentado um orçamento de cerca de 60 mil euros.
Para as cinco autarquias que os democratas-cristãos conquistaram em 2013 os orçamentos estão entre os 45 e os 15 mil euros. A maior despesa está prevista para Ponte de Lima, com 45 mil euros, seguindo-se Albergaria-a-Velha e Vale de Cambra, com 44 mil euros em cada um dos municípios, Velas (Açores), com 26 mil euros e Santana (Madeira), com 15 mil euros.
O BE, que orçamentou cerca de 1,3 milhões de euros para as candidaturas a 131 municípios e irá gastar quase 150 mil euros nas campanhas de Lisboa e do Porto, as despesas em seis municípios - Braga, Leiria, Santiago do Cacém, Seixal, Setúbal e Viseu – rondam os 25 mil euros.
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