“Se acho provável que em janeiro o Bolhão possa estar em obra? Acredito que sim. O atraso de três meses que existe não depende de nós. Deve-se à litigância entre os vários interessados e que tem efeitos suspensivos porque deixou de ser possível invocar o interesse público para adjudicar a empreitada”, descreveu Moreira, candidato a um segundo mandato como presidente da Câmara, com o apoio do CDS-PP e do MPT.

O independente destacou as “ótimas condições” dos 5.600 metros quadrados do espaço temporário, congratulando-se com a adesão de 80% dos comerciantes do interior do Bolhão a uma requalificação que “já não volta atrás”, independentemente dos resultados das autárquicas de 01 de outubro, porque “todas as forças políticas se identificaram com o projeto e com o modelo de mercado de frescos”.

“O projeto que existia previa um modelo de parceria público-privada. Foi necessário lançar um projeto novo, fazer um levantamento socioeconómico da atividade e dizer ‘queremos um mercado tradicional de frescos’”, afirmou.

Questionado sobre o facto de o candidato do PS, Manuel Pizarro, reivindicar mérito na reabilitação do Bolhão, Moreira notou que o dossiê “não esteve sob a alçada do PS”, mas “sob a alçada direta do presidente da Câmara”.

“Se ele acha que fez tudo bem e os outros não fizeram, quem sou eu para discutir? Não me canso de referir que Pizarro foi um excelente vereador. Fez parte de uma equipa que é responsável por este mercado e, quando estiver pronto, fará seguramente parte da história dos que contribuíram para que Bolhão seja uma nova realidade. Se entende dizer que foi ele que fez, não me aflige nada”, vincou.

Na visita ao local, Cátia Meirinhos, administradora da empresa municipal de Gestão de Obras Públicas, informou que transitam para o mercado temporário 74 comerciantes do interior do Bolhão (61 bancas de talho, fruta, legumes ou peixaria, quatro restaurantes, um amolador e oito carrejões).

Dos atuais 100 comerciantes do interior do mercado, acrescentou, 25 optaram por cessar a atividade, sobretudo por motivos relacionados com a idade.

Quanto aos 40 atuais comerciantes das lojas exteriores do Bolhão, 12 transferem-se para o mercado temporário, outros encontraram soluções noutro local e cerca de nove ponderam cessar a atividade.

São candidatos no Porto o independente Rui Moreira, apoiado pelo CDS-PP e MPT, o socialista Manuel Pizarro, Álvaro Almeida, pela coligação PSD/PPM, Ilda Figueiredo, da CDU, João Teixeira Lopes, do BE, Bebiana Cunha, do PAN, Costa Pereira, do PTP, Sandra Martins, do PNR, e Orlando Cruz, do PPV/CDC.