Citando uma frase do historiador francês Marc Bloch, "a História é filha do seu tempo", Paulo Arsénio, solteiro, de 45 anos, conta à agência Lusa que a sua candidatura à liderança do município resulta de "um conjunto de circunstâncias políticas muito específicas".

Como militante socialista há 25 anos, membro da Assembleia Municipal há 19, presidente da concelhia do PS e a viver na cidade, considera-se “a solução mais natural e não forçada e importada”.

"Estou na corrida com o objetivo de ganhar a Câmara de Beja, o que sei que vai ser muito difícil, mas estou confiante e motivado", frisa Paulo Arsénio, natural de Évora, onde nasceu em 29 de outubro de 1971.

Com um ano, emigrou com os pais para a Alemanha, onde viveu, na aldeia de Friolzheim, até 1982, quando regressou a Portugal para viver em Beja.

Começou "a formar consciência política ainda pequeno", pelo que ouvia dos pais e respetivos amigos emigrantes portugueses na Alemanha, que tinham "grande admiração pela via liberal".

"Ouvia falar de políticos como Helmut Schmidt, Olof Palm, François Mitterrand, Benedetto Craxi, Mário Soares e Filipe Gonzalez, que defendiam ideais liberais que eu queria defender", conta.

"Tornei-me no que chamamos de socialista em Portugal, numa linha de maior igualdade entre as pessoas e maior proteção aos mais favorecidos, que me ajudou a ser uma pessoa de uma esquerda de mente aberta, europeísta e que em Portugal se encaixa nos padrões defendidos pelo PS", diz.

O percurso político de Paulo Arsénio começou em 1991, quando, com quase 20 anos, se tornou militante do PS, na concelhia de Beja.

Queria ser jornalista, mas, quando se candidatou ao ensino superior, não entrou na primeira opção, Comunicação Social, e acabou por entrar e licenciar-se em História na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde também se pós-graduou em História Contemporânea (séculos XIX e XX).

Em termos profissionais, foi delegado distrital de Beja da Prevenção Rodoviária Portuguesa e vigilante nas ruínas romanas de São Cucufate (Vidigueira) em 1997 e 1998.

Em 1998, começou a desempenhar cargos políticos, o de deputado do PS por Beja, entre março daquele ano e outubro de 1999, e o de presidente da Juventude Socialista do Baixo Alentejo, até 2000.

Seguiram-se os cargos de presidente da Assembleia de Freguesia de Salvador (Beja), entre 1997 e 2001 e entre 2009 e 2013, de eleito do PS na Assembleia Municipal de Beja, desde dezembro de 1997, e de presidente da concelhia socialista de Beja, entre 2005 e 2007 e desde 2013.

Quando deixou de ser deputado, em outubro de 1999, Paulo Arsénio começou a trabalhar na antiga Direção-Geral dos Impostos e atual Autoridade Tributária e Aduaneira, onde é técnico de administração tributária adjunto na Direção de Finanças de Beja.

Gosta de desporto, sobretudo de futebol e ciclismo - "como espetador, não como praticante" -, é sócio do Sporting Clube de Portugal e do Despertar Sporting Clube de Beja.

Mas a “grande paixão desportiva" é a seleção portuguesa de futebol, frisa, contando que a "viagem da sua vida" foi à cidade alemã de Gelsenkirchen para assistir a dois jogos da ‘equipa das quinas’ no Campeonato Mundial de Futebol de 2006.

Também gosta de viajar, de ‘miniescapadas’ para visitar cidades europeias, de música, como a dos Abba, Bruce Springsteen, Sting, Scorpions e The Lumineers, e de cinema - no seu ‘top 3’ estão os filmes "A Vida é Bela", "O Clube dos Poetas Mortos" e "Braveheart - O Desafio do Guerreiro".

Paulo Arsénio já delineou algumas propostas para a sua candidatura, como uma "coordenação permanente" entre várias entidades para "procura das melhores soluções de rentabilidade e aproveitamento" do aeroporto de Beja.

O candidato do PS também quer ‘bater-se’ pela melhoria das acessibilidades de e para Beja, criar uma política de incentivo ao arrendamento no centro histórico da cidade, apoiar eventos que "potenciem as mais-valias" das freguesias rurais do concelho e "manter abertos espaços de discussão com a população".