Na terça-feira, face à disponibilidade entretanto anunciada pela administração da fábrica para voltar à mesa de negociações no dia 25 de novembro, a Comissão de Trabalhadores (CT) apelou aos sindicatos SITE-Sul, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, e STASA – Sindicato dos Trabalhadores do Setor Automóvel, para retirarem os pré-avisos de greve.
Os sindicatos recusaram a retirada dos pré-avisos de greve e o dirigente do SITE-Sul Eduardo Florindo afirma que há um “grande descontentamento dos trabalhadores” e acredita que a “greve vai ter uma boa adesão”.
O coordenador da CT da Autoeuropa, Rogério Nogueira, não quis fazer qualquer previsão sobre a adesão à greve, mas considerou que a disponibilidade da administração da fábrica para retomar o diálogo “é um sinal de que a empresa está interessada em chegar a um acordo com os trabalhadores”.
Os trabalhadores da Autoeuropa exigem um aumento salarial extraordinário de 5% em dezembro, para compensar a perda do poder de compra devido à inflação, mas a empresa decidiu atribuir um prémio único de 400 euros, posição que levou os trabalhadores a decidirem avançar para a greve nos plenários realizados na semana passada.
A greve convocada para hoje e sexta-feira é a segunda paralisação por questões laborais em três décadas de atividade da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal.
A primeira greve na Autoeuropa – excetuando as que ocorreram no âmbito de greves gerais a nível nacional – teve lugar a 30 de agosto de 2017, quando os trabalhadores cumpriram uma paralisação de um dia contra a obrigatoriedade de trabalharem ao sábado, o que obrigou a uma paragem de toda a produção.
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