Campanhas de desinformação vinculadas à Rússia estão a propagar afirmações falsas sobre supostos planos das autoridades nos estados-chave para manipular o resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos da América (EUA), alertaram os governos locais.
O sucesso nos sete estados considerados indecisos, nos quais nenhum partido tem o voto garantido e que têm sido foco de acusações, sem fundamento, de fraude eleitoral, é crucial para conquistar a Casa Branca, tanto para a vice-presidente democrata Kamala Harris quanto para o ex-presidente republicano Donald Trump.
"A Rússia é a ameaça mais ativa" em Michigan, Wisconsin, Nevada, Arizona, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte, alertaram, na segunda-feira, o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI), o FBI e a Agência de Cibersegurança e Infraestrutura.
"Os esforços podem incitar a violência, inclusive contra os funcionários eleitorais", acrescentaram, apontando ainda que devem ser intensificados durante o dia da eleição e nas próximas semanas.
Esta é a mais recente de uma série de advertências do ODNI sobre agentes estrangeiros - em particular a Rússia e o Irão - que, denuncia a instituição, propagaram desinformação ou lançaram ciberataques contra as campanhas durante as eleições.
Recentemente, Teerão e Moscovo negaram as acusações.
No alerta, o ODNI cita o exemplo de um vídeo recente que apresenta uma entrevista falsa com uma pessoa que afirma ter cometido fraude eleitoral no Arizona, o que implica a criação de cédulas falsas no exterior e a mudança das listas de eleitores para favorecer Harris.
O secretário de Estado do Arizona, Adrian Fontes, afirmou que as declarações eram "completamente falsas, fingidas e fraudulentas".
As autoridades também alertaram que operações vinculadas ao Irão devem tentar alimentar a violência com a divulgação de conteúdos falsos.
No final de abril, o Governo americano já tinha responsabilizado a Rússia por um vídeo viral que mostrava a destruição das cédulas de votação por correio, a favor de Trump, no estado-chave da Pensilvânia.
Em setembro, o Centro de Análise de Ameaças da Microsoft afirmou que os agentes russos estavam a intensificar as operações de desinformação para difamar a campanha de Harris com a divulgação de vídeos repletos de conspirações.
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