De acordo com uma lista de nomes publicada na rede social Twitter pelo movimento de protesto San Isidro, na noite de segunda-feira 114 pessoas foram colocadas em prisão ou estão dadas como desaparecidas, incluindo José Daniel Ferrer, um dos principais rostos da oposição ao regime.
Julie Chung, secretária de Estado adjunta dos EUA para as Américas, também denunciou, na sua conta da rede social Twitter, “a violência e prisões de manifestantes cubanos, bem como o desaparecimento de ativistas independentes, incluindo Guillermo “Coco” Fariñas, José Daniel Ferrer, Luis Manuel Otero Alcantara e Amaury Pacheco.
“Pedimos a sua libertação imediata”, acrescentou Chung, na sua mensagem.
Desesperados com a crise económica no país, agravada pela pandemia de covid-19, milhares de cubanos manifestaram-se no domingo em dezenas de cidades e vilas, gritando “Liberdade!” e “Abaixo a ditadura!”
O encenador Yunior Garcia, um dos líderes do movimento 27N – criado após uma manifestação inédita de artistas em 27 de novembro, para exigir mais liberdade de expressão – também foi detido no domingo, tendo sido libertado na tarde de segunda-feira.
Garcia usou a sua conta na rede social Facebook, para relatar a sua experiência, explicando que viajou no domingo com um grupo de amigos até ao Instituto Cubano de Rádio e Televisão (ICRT) para pedir para falar por 15 minutos diante das câmaras.
“Uma multidão de conservadores radicais e vários grupos de Resposta Rápida (forças de segurança à paisana) disseram-nos que não o poderíamos fazer (…) e fomos arrastados à força e atirados para dentro de um camião, como sacos de entulho”, denunciou o encenador.
A União Europeia já pediu às autoridades cubanas para autorizarem as manifestações e “escutassem” o descontentamento da população, na sequência das manifestações históricas em toda a ilha e os Estados Unidos disseram que estão a acompanhar com atenção o desenrolar dos acontecimentos.
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