A ONG francesa, que se dedica à busca e resgate de migrantes no Mediterrâneo central, explicou hoje em comunicado que está “a trabalhar para levantar o bloqueio o mais rapidamente possível”.
A guarda costeira afirma que o bloqueio do navio ocorreu devido a “irregularidades relacionadas com a segurança da navegação, verificadas após atividades de verificação a bordo realizadas por inspetores especializados”.
“Parte da tripulação não tinha as qualificações necessárias para a gestão dos dispositivos de salvamento a bordo”, que “são essenciais para fazer face a uma eventual situação de emergência como o abandono do navio”, segundo a guarda costeira italiana.
A ONG francesa chegou na terça-feira ao porto da região de Lácio depois de resgatar 57 migrantes e denunciar que foram atacados com tiros de metralhadora pela Guarda Costeira da Líbia.
“A detenção do Ocean Viking ocorre cinco dias após um incidente de segurança enfrentado pela sua tripulação. Na sexta-feira, 7 de julho, a guarda costeira da Líbia disparou tiros a 100 metros da equipa de resgate humanitário e dos náufragos, incluindo uma mulher e cinco crianças desacompanhadas, quando tentavam regressar ao barco”, denunciou a ONG.
A cofundadora e CEO da ONG, Sophie Beau, disse que a situação no Mediterrâneo é muito preocupante com ataques a trabalhadores humanitários e taxas de mortalidade alarmantes.
“A atual detenção está a afetar significativamente a nossa capacidade de salvar vidas em águas internacionais”, salientou Sophie Beau.
Já em janeiro de 2022, o Ocean Viking tinha ficado retido no porto de Trapani após uma inspeção de 11 horas pela guarda costeira devido a problemas estruturais na popa do navio.
Desde o início do ano já desembarcaram nas costas italianas 72.387 migrantes, mais do dobro dos 30.939 que o fizeram no mesmo período do ano passado, segundo dados oficiais.
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