As buscas para encontrar os dois desaparecidos no naufrágio de uma embarcação ocorrido ao largo de Tróia, Grândola (Setúbal), no domingo, vão ser suspensas hoje e, na terça-feira, serão alargadas “oito milhas náuticas”, disse a Polícia Marítima.

Em declarações à agência Lusa, o capitão do Porto de Setúbal e comandante-local da Polícia Marítima, Serrano Augusto, explicou que hoje, tal como aconteceu no domingo, a operação de buscas vai ser suspensa por volta das 20:30.

As buscas por mar, terra e ar serão retomadas na terça-feira, indicou o mesmo responsável, adiantando que o perímetro vai ser alargado.

“Vamos alargar um bocadinho mais as buscas para as oito milhas náuticas, ou seja, cerca de 15 quilómetros, tanto para norte, como para oeste da posição” em que está sinalizado o naufrágio da embarcação, precisou.

Esta decisão foi tomada porque, nos trabalhos efetuados até ao momento, “não houve relatos nenhuns de avistamentos, nem pelo pessoal envolvido nas buscas, nem por outras embarcações que navegam na zona”, justificou.

Assim, na terça-feira, “aos primeiros alvores do dia, às 07:30”, a operação vai ser reiniciada e deverá abranger uma zona “até ao sul da Praia da Comporta”.

Os meios envolvidos vão ser “sensivelmente os mesmos de hoje”, embora o navio patrulha da Marinha NRP Viana do Castelo vá ser substituído pelo NRP Sines, indicou.

“Vamos contar com uma lança salva-vidas, um veículo todo-o-terreno, para percorrer o areal, e dois drones, um da Autoridade Marítima Nacional e outro do Centro de Experimentação Operacional da Marinha, que se vão revezar”, assinalou, referindo que estes meios envolvem o empenhamento de elementos da Polícia Marítima, da AMN e da Marinha Portuguesa.

O naufrágio da embarcação, na qual seguiam cinco pessoas – quatro homens e um rapaz - terá acontecido por volta das 07:00 de domingo, a cerca de uma milha e meia (aproximadamente três quilómetros) de Tróia, mas a Polícia Marítima só recebeu o alerta às 10:05.

O timoneiro e proprietário da embarcação de pesca, um homem de 62 anos, foi resgatado com vida do mar, por outro barco que passou na zona, e, no domingo, foram localizados e retirados os corpos do rapaz, cujo pai, com cerca de 45 anos, ainda está desaparecido, e de um adulto, de 23 anos, cujo irmão, de 21, é o outro desaparecido.

“Não existe qualquer relação de parentesco entre estas duas famílias”, mas os quatro desaparecidos “são de Cadoços, Grândola”, indicou o capitão Serrano Augusto, aproveitando para corrigir a idade da criança.

“Já está oficialmente confirmada a sua idade, que era 11 anos. Só faria 12 anos no próximo verão”, disse.

O comandante da Polícia Marítima admitiu à Lusa, no domingo, que o timoneiro foi surpreendido por um golpe de mar e, apesar das manobras efetuadas, a embarcação virou-se e acabou por afundar.