Um avião da Ethiopian Airlines com destino a Nairobi, Quénia, despenhou-se hoje pouco depois de descolar de Adis Abeba, Etiópia, confirmou a companhia aérea, referindo que estariam 149 passageiros e oito tripulantes a bordo.

"Não há sobreviventes" do acidente, informou o porta-voz da companhia Asrat Begashaw, citado pela BBC,  à emissora estatal etíope EBC.

A Ethiopian Airlines já divulgou a nacionalidade de todos os passageiros, sendo o número de nacionalidade atualizado de 33 para 35. Não há cidadãos portugueses na lista divulgada.

A lista atualizada refere agora apenas uma pessoa com passaporte das Nações Unidas. Os dados atualizados pela Ethiopian Airlines são os seguintes: Quénia (32), Canadá (18), Etiópia (9), China (8), Itália (8), Estados Unidos (8), Reino Unido (7), França (7), Egito (6), Alemanha (5), Índia (4), Eslováquia (4), Áustria (3), Rússia (3), Suécia (3), Espanha (2), Israel (2), Marrocos (2) e Polónia (2).

Entre os países que registaram uma vítima mortal está Moçambique, Bélgica, Djibouti, Indonésia, Irlanda, Noruega, Ruanda, Arábia Saudita, Sudão, Somália, Sérvia, Togo, Uganda, Iémen, Nepal e Nigéria.

Esta informação vai de acordo com a informação disponibilizada pelo Governo português, que indicou que não dispõe de informações que indiquem a existência de vítimas nacionais, indicou à Lusa fonte da Secretaria de Estado das Comunidades.

A mesma fonte precisou que as autoridades portuguesas acompanharam durante o dia de hoje os desenvolvimentos deste acidente na Etiópia, sem sobreviventes, através de contactos com as Embaixadas de Portugal em Adis Abeba (Etiópia) e no Quénia, mas também com as autoridades locais e com outras representações diplomáticas, nomeadamente ao nível dos países da União Europeia (UE), acreditadas no território etíope.

Todavia, entre as vítimas mortais do acidente consta uma pessoa de Moçambique, Estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Imagens

A companhia já divulgou uma imagem que mostra o presidente-executivo da companhia aérea etíope no local do acidente. A imagem mostra o presidente-executivo da Ethiopian Airlines, Tewolde Gebremariam, num terreno descampado junto a destroços que a companhia aérea afirma serem do aparelho.

De acordo com a informação avançada pela imprensa internacional, o acidente com o avião Boeing 737 – que realizava um voo regular entre Adis Abeba e Nairobi – terá ocorrido às 08:44 (horas locais) no domingo, cerca de seis minutos após a descolagem na capital da Etiópia.

“O piloto reportou à torre de controlo que estava com dificuldades e que queria regressar”, afirmou o presidente-executivo, numa conferência de imprensa em Adis Abeba. Segundo Tewolde Gebremariam, o piloto do Boeing 737 “teve autorização” para virar e voltar ao aeroporto de Adis Abeba.

As causas do acidente ainda não são conhecidas. A Ethiopian Airlines anunciou, entretanto, que a companhia aérea, as autoridades etíopes, o fabricante Boeing e outras partes interessadas vão colaborar numa investigação para descobrir as causas do acidente.

O primeiro-ministro da Etiópia Abiy Ahmed já manifestou na sua conta oficial no Twitter “profundas condolências” às famílias das vítimas.

Um avião do mesmo modelo, Boeing 737 MAX, despenhou-se a 29 outubro de 2018, 12 minutos depois de ter descolado do aeroporto de Jacarta em direção a Sumatra, na Indonésia, tendo-se despenhado no mar, ao largo de Java, com 189 pessoas a bordo. O relatório preliminar sobre queda de avião confirmou uma falha no sistema automático de segurança.

A Ethiopian Airlines é membro da Star Alliance (a mesma que integra a transportadora portuguesa TAP) desde dezembro de 2011 e, de acordo, com o ‘site’ da aliança, trata-se da companhia de bandeira da Etiópia e líder em África. Fundada em 21 de dezembro de 1945, a sua rede abrange Europa, América do Norte, América do Sul, África, Médio Oriente e Ásia, ligando as cidades em todo o mundo.

Ethiopian Airlines é conhecida por ter uma boa reputação no que toca às questões de segurança, lembra a BBC. O último acidente grave da companhia aconteceu em 2010 quando um avião caiu no Mar Mediterrâneo após partir de Beirute, no Líbano, vitimando 90 pessoas.

Marcelo Rebelo de Sousa já apresentou condolências à sua homóloga da Etiópia. “Ao tomar conhecimento do trágico acidente de aviação, que esta manhã tirou a vida a 157 pessoas, o Presidente da República apresentou as suas sentidas condolências e solidariedade à Presidente da Etiópia Sahle-Work Zewde, expressando o seu pesar às famílias das vítimas”, refere uma nota colocada na página da Presidência da República na Internet.

O Governo português também manifestou hoje “profunda consternação” pelas 157 vítimas mortais. “Foi com profunda consternação que o Governo português tomou hoje conhecimento da queda de uma aeronave na Etiópia, que partiu de AdisAbeba com destino a Nairobi”, refere um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Expressa também a sua solidariedade para com os governos da Etiópia e do Quénia, “nesta hora de luto”.

[Notícia atualizada às 18h28]