Em declarações à agência Lusa, após uma reunião com o conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), a propósito da falta de obstetras, José Manuel Pureza salientou que só "a contratação determinada de médicos especialistas resolve o problema".
"O problema de fundo é o envelhecimento muito preocupante das equipas clínicas das duas maternidades [de Coimbra], onde um número muito significativo de médicos tem mais de 50 anos, o que dificulta as equipas de urgência", frisou.
Segundo o parlamentar bloquista, "tem existido desde há muito tempo uma falta de investimento na contratação de médicos, embora saiba que agora tem havido algum esforço nesse sentido, mas ainda muito tímido".
Para José Manuel Pureza, as duas maternidades de Coimbra "têm de funcionar de maneira exemplar, porque é isso que a comunidade exige".
"Não podemos ficar entretidos a discutir a nova maternidade, quando as duas maternidades que existem precisam de investimento muito sério", sublinhou o deputado.
No Projeto de Resolução aprovado em março de 2018 na Assembleia da República, os bloquistas recomendavam ao Governo a "tomada de medidas urgentes de reforço do quadro de profissionais e de qualificação física e de equipamentos das maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto, em Coimbra".
A urgência da Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, não vai encerrar entre as 21:00 de hoje e as 09:00 de terça-feira, como estava previsto, confirmou à agência Lusa fonte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Fonte do gabinete de comunicação disse que uma médica obstetra se disponibilizou para substituir uma colega que se encontra de baixa, evitando o encerramento, como referia hoje a edição do Diário de Coimbra.
Segundo a mesma fonte, a administração do CHUC está ainda a desenvolver todos os esforços para que a urgência da mesma maternidade não encerre no sábado.
Na sexta-feira, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) revelou que existe uma "preocupante falta de obstetras na zona Centro do país, claramente insuficientes para dar resposta adequada às necessidades dos cidadãos".
Além da falta de recursos humanos, a SRCOM denunciou também a incorreta dotação de obstetras das duas maternidades de Coimbra.
"As respetivas unidades estão a funcionar muitas vezes no limite, bastando haver uma baixa de um médico para colocar em causa todo o funcionamento do serviço", referia um comunicado.
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