O líder da Casa Branca de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, anunciou hoje o abandono da corrida à Casa Branca.

"Acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu deixe o cargo e me concentre exclusivamente em cumprir os meus deveres como presidente pelo que resta do meu mandato", disse Joe Biden numa carta partilhada na rede social X.

Joe Biden referiu ainda que se pretende dirigir ao país "no final desta semana" para falar mais pormenorizadamente sobre a decisão tomada.

Na carta, Joe Biden agradece à vice-presidente Kamala Harris, que tem sido "uma parceira extraordinária em todo este trabalho".

Pouco depois, numa outra publicação, anunciou que apoia Harris na corrida à presidência.

"A minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E tem sido a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer o meu total apoio e endosso a Kamala para ser a candidata do nosso partido este ano. Democratas,  é altura de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos a isto", disse.

Leia aqui a carta que Biden escreveu aos EUA: 

Caros amigos americanos,

Nos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como Nação.

Atualmente, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa Nação, na redução dos custos dos medicamentos sujeitos a receita médica para os idosos e na expansão de cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Prestámos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovámos a primeira lei de segurança das armas em 30 anos. Nomeámos a primeira mulher afro-americana para o Supremo Tribunal. E aprovámos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve tão bem posicionada para liderar como hoje.

Sei que nada disto poderia ter sido feito sem vós, o povo americano. Juntos, ultrapassámos uma pandemia que só se verificou uma vez no século e a pior crise económica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservámos a nossa democracia. E revitalizámos e reforçámos as nossas alianças em todo o mundo.

Foi a maior honra da minha vida servir como vosso Presidente. E embora tenha sido minha intenção tentar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me demita e me concentre apenas no cumprimento dos meus deveres como Presidente durante o resto do meu mandato.

No final desta semana, falarei à Nação com mais pormenor sobre a minha decisão.

Para já, permitam-me que exprima a minha profunda gratidão a todos os que trabalharam tão arduamente para me verem reeleito. Quero agradecer à Vice-Presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. E permitam-me que expresse o meu sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança que depositaram em mim. Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer - quando o fazemos juntos. Só temos de nos lembrar que somos os Estados Unidos da América.

Joe Biden

As vozes que pediam para "passar a tocha para uma nova geração"

Este domingo, o senador norte-americano Joe Manchin pediu a Biden que desistisse da sua candidatura à reeleição e que se concentrasse nos meses restantes da sua Presidência, o que acaba agora por acontecer.

“Cheguei à decisão com o coração pesado de que acho que é hora de passar a tocha para uma nova geração”, disse na CNN o senador da Virgínia Ocidental, antigo democrata e agora independente.

Cerca de três dúzias de congressistas já tinham referido que Biden deveria abandonar a corrida.

Quatro senadores democratas - Peter Welch (Vermont), Jon Tester (Montana), Martin Heinrich (Novo México) e Sherrod Brown (Ohio) - também disseram que o presidente democrata deveria abandonar a sua campanha contra o republicano Donald Trump.

As eleições presidenciais nos Estados Unidos estão agendadas para 5 de novembro.