“Se governadores extremistas tentarem impedir que uma mulher viaje de um estado para outro para obter ajuda médica, o governo federal vai proteger esse direito fundamental através do gabinete do procurador-geral”, afirmou o presidente, durante uma reunião sobre a revogação do direito constitucional ao aborto pelo Supremo Tribunal.
“Se os estados tentarem impedir uma mulher de obter medicação que a FDA [Food Drug Administration, regulador alimentar e farmacêutico] já aprovou e está disponível há mais de vinte anos, a minha administração vai agir para proteger o direito a essa medicação”, afirmou.
O presidente reuniu-se virtualmente com os governadores Kathy Hochul de Nova Iorque, Roy Cooper da Carolina do Norte, Ned Lamont do Connecticut, Jared Polis do Colorado, J.B. Pritzker do Illinois, Michelle Lujan Grisham do Novo México, Jay Inslee de Washington, Kate Brown do Oregon e Daniel McKee de Rhode Island.
Biden considerou que “há muitas ações ilegais que os estados estão a preparar-se para tomar que teremos de endereçar” e apelou a que nas próximas eleições intercalares os eleitores reforcem a maioria que o partido Democrata tem no Senado, de forma a aprovar legislação que proteja o acesso nacional ao aborto.
“O congresso vai ter de agir para codificar Roe numa lei federal”, indicou, referindo-se à decisão Roe v. Wade que durante 49 anos garantiu o direito constitucional ao aborto e foi revogada em junho pela maioria conservadora do Supremo.
“Vamos precisar de mais dois votos no Senado para que esta legislação chegue à minha mesa”, afirmou. “A escolha é clara: ou elegemos senadores e representantes que vão codificar Roe, ou os republicanos eleitos para a Câmara e o Senado vão tentar banir o aborto em todo o país”.
O aborto já foi totalmente banido ou severamente restringido em 21 estados, uma semana depois da decisão do Supremo de revogar Roe v. Wade.
A governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul, disse que o estado vai garantir o direito ao aborto na sua constituição e instou Biden a usar território federal para fornecer acesso a cuidados abortivos.
Vários governadores, como Roy Cooper da Carolina do Norte e Michelle Grisham do Novo México, indicaram que os seus estados já estão a registar um aumento no fluxo de mulheres vindas de outros estados que procuram acesso ao aborto.
“Não vamos cooperar com quaisquer investigações e não vamos extraditar ninguém”, prometeu Grisham, frisando a importância de garantir acesso a telemedicina.
Consultas virtuais com prescrição de pílulas abortivas enviadas pelo correio é uma das alternativas que estão em cima da mesa, sendo que a administração Biden quer garantir que os estados onde o aborto foi banido não interferem com os correios.
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