“Será uma visita de trabalho”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em conferência de imprensa.
Os dois países, cujas relações têm estado tensas há vários meses, estão a negociar um aprofundamento dos seus laços políticos e económicos, com Lukashenko a tentar manter o apoio de Moscovo numa fase em que a contestação ao Presidente da Bielorrússia aumenta tanto interna como internacionalmente.
Nos últimos anos, Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, acusou várias vezes o seu histórico aliado russo de querer tornar a Bielorrússia num país-vassalo, rejeitando a ideia de Moscovo de reforçar a união entre os dois e chegando a acusar Moscovo de trabalhar contra ele durante a campanha para as eleições presidenciais de 09 de agosto.
No entanto, desde o início do movimento de protesto na Bielorrússia, quando se soube o resultado das eleições que renovaram Lukashenko no cargo, há cerca de um mês, o Presidente bielorrusso mudou a sua estratégia, passando a implorar pelo apoio russo para enfrentar uma “operação ocidental para o desestabilizar”.
A Rússia poderá aproveitar a situação para impor a Minsk a união aprofundada dos dois países, até agora recusada pelo líder bielorrusso em nome da soberania e da independência e apesar de a Bielorrússia ser economicamente muito dependente de Moscovo.
O embaixador russo em Minsk, Dmitry Mezentsev, ofereceu na quinta-feira a Alexander Lukashenko, que recentemente completou 66 anos, um atlas do século XIX que mostra a Bielorrússia como parte do império russo.
Um testemunho histórico das relações que unem os dois países e “uma resposta a quem pensa o contrário”, explicou o embaixador.
Figuras da oposição bielorrussa, a maioria das quais presa ou exilada nas últimas semanas, insistiram que o seu movimento era dirigido contra Lukashenko e não contra a Rússia nem a favor do Ocidente.
Uma nova grande manifestação, a quinta do género, é esperada no domingo em Minsk, sendo que as anteriores reuniram pelo menos 100 mil pessoas para exigir a saída do Presidente no poder.
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