“Nós vamos ganhar”, disse Svetlana Tikhanovskaia, quando recebeu o prémio Sakharov do Parlamento Europeu (PE) para a liberdade de pensamento.

A concorrente de Lukashenko nas eleições presidenciais de 09 de agosto na Bielorrússia — refugiada na Lituânia — disse que o prémio é “uma motivação”, manifestando esperança de que “todos os bielorussos que se encontram na prisão ou forçados a viver no exílio possam regressar a casa”.

Tijanovskaya enfrentou Lukashenko nas eleições e criou o Conselho de Coordenação alguns dias depois para organizar a oposição ao que é considerado o último ditador da Europa.

“Sou um dos milhares de bielorrussos que costumavam ter medo. Uma parede invisível de medo foi construída sobre nós e reteve-nos, mas este ano tudo mudou. Este ano estamos unidos na nossa aspiração à mudança, e juntos acreditamos que o muro do medo pode ser destruído tijolo a tijolo”, disse ainda.

A oposição democrática na Bielorrússia liderada por Svetlana Tijanovskaya recebeu o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento no PE pela sua iniciativa de coordenar a resistência a Lukashenko na sequência de uma eleição presidencial amplamente considerada fraudulenta.

“Mostraram ao mundo o que significa não desistir. Defendeu os seus direitos e não desistiu, apesar da dor, do sofrimento e do medo. A vossa coragem e força de espírito mostram o caminho para a revolução”, disse o Presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, na cerimónia.

Milhares de pessoas têm-se manifestado há já quatro meses contra a contagem eleitoral pelas autoridades bielorrussas.

O governo de Lukashenko respondeu com violência, detenções e repressão, apesar da condenação unânime por parte da comunidade internacional.

A UE recusa-se a aceitar os resultados das presidenciais bielorrussas e adotou sanções em resposta à fraude eleitoral e repressão violenta de protestos, incluindo na lista o Presidente e outras 14 autoridades do país, que ficaram com bens e fundos bloqueados e estão proibidos de viajar a países da UE.