Tikhanovskaia, exilada na Lituânia, fez estas declarações numa entrevista à televisão pública da Letónia, onde fez uma escala a caminho de Bruxelas.

A líder de oposição, que se reúne na segunda-feira com os ministros do Exterior da União Europeia, insistiu que o seu objetivo é promover as sanções contra os funcionários e altos cargos do seu país responsáveis pela repressão e fraude eleitoral.

Espera, assim, que a UE não reconheça Alexandre Lukashenko como presidente quando o seu atual mandato expirar, em 05 de novembro.

As sanções contra Minsk é um dos temas prioritários da reunião com os responsáveis da UE.

Na passada sexta-feira, os 27 não conseguiram chegar a um acordo político sobre estas medidas, mas vão retomar o assunto na segunda-feira.

Tikhanovskaia explicou na entrevista que se apresentou a sua candidatura nas presidenciais de 09 de agosto foi em representação do seu marido, Serguei, detido por desobediência à autoridade.

Optou por exilar-se por temer pela sua vida, depois de Lukashenko se ter proclamado vencedor das eleições – com 80% dos votos, segundo a autoridade eleitoral bielorrussa, resultado que a oposição não reconhece, nem a UE.

“O meu lugar não é ser presidente, mas alguém que nos tire da crise”, acrescentou.

Svetlana Tikhanovskaia reuniu-se em Riga com o ministro do Exterior da Letónia, Edgars Rinkevics. As três repúblicas bálticas, Letónia, Lituânia e Estónia apoiam o movimento opositor e, juntamente com a Polónia, são partidários de que as sanções da UE incluam Lukashenko.

A líder da oposição considera que os protestos que estão a acontecer na capital, Minsk, e outras cidades da Bielorrússia mudaram relativamente às primeiras concentrações. Se na altura eram contra a fraude eleitoral, agora converteram-se num movimento contra a repressão e violência extrema exercida pelo Governo.

ALU // JH

Lusa/Fim