O tribunal de Oran, a 1.700 quilómetros de Buenos Aires, ordenou a prisão de Gustavo Oscar Zanchetta, 57 anos, que estava há duas semanas a ser julgado nesta cidade.

Zanchetta foi nomeado bispo da diocese pelo Papa Francisco, em 2013, até à sua renúncia, em 2017, tendo negado todas as acusações de crime.

O tribunal considerou o clérigo culpado de “continuar o abuso sexual simples e agravado, pelo facto de ter sido cometido por um ministro da religião”, contra seminaristas.

O tribunal ordenou a sua “detenção imediata” e que seja registado na base de dados genéticos dos autores de crimes sexuais.

O julgamento seguiu-se a queixas apresentadas em 2018 por pelo menos dois seminaristas, que mencionaram a existência de “propostas românticas” e de “pedidos de ‘massagens'” por parte de Zanchetta.

O clérigo disse ter tido em todos os momentos “uma boa e saudável relação com todos os seminaristas”, admitindo que por vezes havia toques, mas sem “qualquer conotação sexual”.

Nomeado pelo Papa Francisco, seu compatriota argentino, Zanchetta renunciou ao cargo em 2017, por causa de “relações muito tensas com os padres da diocese”, explicou o Vaticano, em 2019, no momento da abertura da investigação preliminar por crimes sexuais.

No momento da sua renúncia, já havia acusações de abusos de autoridade contra o bispo, “mas nenhuma acusação de abuso sexual”, disse o Vaticano, num comunicado nessa época.

No final de 2017, Zanchetta foi nomeado assessor da Administração do Património da Sé Apostólica, que administra os imóveis do Vaticano.