António Marto recebeu hoje um grupo de 70 deputados do PPE que integra o 21.º Encontro para o Diálogo Intercultural Anual do Grupo do PPE e falou-lhes da importância da paz na mensagem de Fátima, “num mundo “invadido por um egoísmo extremo” e que precisa ser educado para a paz”, disse fonte do santuário.

“[A Mensagem] não é uma ideia abstrata e distante, mas antes uma experiência vivida concretamente no caminho quotidiano da vida, em que é preciso falar sempre da paz”, disse o cardeal, alertando que é fundamental “educar o mundo a amar a paz, a construi-la e a defendê-la no sentido mais englobante e dinâmico”.

Para o cardeal António Marto, bispo de Leiria-Fátima, esta educação diz respeito à Europa e à América “onde a política está a ser invadida por um egoísmo extremo: ‘América first’, ‘Itália first’, ‘Alemanha first’ etc.”

O religioso disse tratar-se de “um egoísmo” que deve ser superado “com uma nova solidariedade entre os países europeus, porque os nacionalismos que estão a surgir são um grande perigo”, enumerando ainda os medos, as xenofobias e os populismos que resultam desta atitude.

“O contexto e o conteúdo da mensagem não se restringem a um caminho de fé pessoal dos pequenos videntes, a uma circunstância particular do seu país ou a uma determinada verdade da fé em questão”, explicou o bispo da diocese de Leiria-Fátima.

Para o cardeal, o horizonte desta mensagem centenária “é de alcance histórico e mundial: as duas guerras mundiais e os sofrimentos da humanidade com a menção específica de nações como a Rússia, as perseguições à Igreja com a menção dos mártires do século XX e do próprio Papa, a grande causa da paz entre os povos”.

Aos participantes no encontro, que tem na agenda a promoção da paz, o prelado explicou que este é o “tema dominante de Fátima como mensagem e acontecimento”.

“Faço votos de que a vossa visita a Fátima signifique um maior empenho na construção da paz assumida como missão singular de deputados do Parlamento Europeu”, concluiu.

O encontro promovido no âmbito do Partido Popular Europeu visa refletir sobre o papel da religião, da família, da educação e da juventude no futuro da Europa.

Segundo o eurodeputado Paulo Rangel, vice-presidente do Partido Popular Europeu, Fátima “é mais do que uma experiência mística” encerrando uma “dimensão política e profética”.