"No próximo 14 de outubro, o Papa Francisco canonizará, em Roma, o beato Paulo VI. Um acontecimento intensamente desejado por nós, como membros da Igreja, cidadãos de Portugal e diocesanos de Viana do Castelo (…). Como diocesanos vianenses, a ele devemos a Igreja particular que formamos, desde que a criou a 03 de novembro de 1977. É com júbilo redobrado que finalmente o veremos no cânone dos santos", sublinha o bispo numa mensagem aos diocesanos de Viana do Castelo.

A diocese de Viana do Castelo, que completa este ano 41 anos de existência, foi fundada através de uma bula do beato Paulo VI, publicada a 3 de novembro de 1977.

A diocese mais jovem do país integra 291 paróquias espalhadas pelos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo.

Na mensagem hoje enviada à agência Lusa, o prelado adianta que esse "júbilo" deve motivar uma "entrega com maior convicção à evangelização, durante o presente ano pastoral, em que se inicia uma nova e decisiva etapa na vida da diocese".

Anacleto Oliveira apela "a todos os diocesanos de Viana do Castelo que, no próximo domingo, se unam à assembleia que, em Roma, se vai juntar ao papa Francisco para a canonização do Beato Paulo VI".

"Sugiro que o façamos sobretudo nas celebrações eucarísticas de domingo, assinalando o acontecimento, por exemplo, com uma oração apropriada. Completaremos esta comunhão eclesial no encerramento da Semana da Diocese, a 4 de novembro, com a eucaristia a que presidirei, na Catedral Diocesana, pelas 15:30", refere o bispo.

O bispo adianta que, na ocasião, será "abençoada" uma imagem de Paulo VI "para assinalar o acontecimento e, sobretudo, para ajudar a viver segundo o Evangelho que tanto o marcou o betão".

A celebração integra o programa da Semana da Diocese, que tem início no dia 28 e termina a 04 de novembro.

A diocese de Viana do Castelo aguarda há vários anos pela beatificação de frei Bartolomeu dos Mártires depois de, em 2016, o papa Francisco ter autorizado a canonização sem a atribuição de um milagre.

Bartolomeu dos Mártires foi declarado venerável, a 23 de março de 1845, pelo papa Gregório XVI e beato, a 04 de novembro de 2001, pelo papa João Paulo II.

Frei Bartolomeu dos Mártires nasceu em Lisboa, em maio de 1514, e entrou na Ordem Dominicana em 11 de novembro de 1528, tendo sido eleito arcebispo de Braga em 1559. Morreu em Viana do Castelo a 16 de julho de 1590.

Em Viana do Castelo ficou conhecido por ter mandado construir o Convento de Santa Cruz - depois designado de São Domingos, tal como a igreja contígua -, mas sobretudo pela sua dedicação aos pobres. Renunciou como arcebispo em 23 de fevereiro de 1582 e recolheu-se no convento que mandou construir em Viana do Castelo, onde morreu a 16 de julho de 1590.

Foi sempre apelidado pelo povo como o "arcebispo santo, pai dos pobres e dos enfermos" e insistiu, em vida, na deposição dos seus restos mortais naquele convento, numa altura em que a diocese local ainda não existia, sendo liderada por Braga.