“Continuamos a apoiar a integração euro-atlântica da Ucrânia, face à agressão contínua da Rússia no Donbass e na Crimeia”, lê-se numa publicação de Antony Blinken na sua conta oficial da rede social Twitter.
Na mesma mensagem, Blinken diz que o apoio dos Estados Unidos à “soberania e integridade territorial da Ucrânia” é “inabalável”, numa altura em que o Governo de Kiev acusa a Rússia de ter concentrado 41.000 militares na sua fronteira com o leste da Ucrânia e outros 42.000 na Crimeia.
O secretário de Estado norte-americano publicou a sua mensagem após um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, em Bruxelas, aonde chegou hoje de manhã para “discutir prioridades importantes” com os outros países da NATO.
Após a sua chegada, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) informou que na quarta-feira decorre uma cimeira virtual dos ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da Aliança, que contará com a presença física de Blinken e do secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, que também se encontra em Bruxelas.
A visita de Blinken coincidiu com a deslocação do chefe da diplomacia ucraniana a Bruxelas, que se reuniu hoje com a comissão conjunta NATO-Ucrânia para abordar as tensões com a Rússia.
Numa conferência de imprensa à margem da reunião, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou que o “aumento considerável” do contingente militar russo na fronteira com a Ucrânia é “injustificado, inexplicável e profundamente preocupante”.
“A Rússia deve parar com as provocações e desanuviar [as tensões] imediatamente”, sublinhou Stoltenberg na ocasião.
As tensões entre Kiev e Moscovo no leste da Ucrânia estão a aumentar, numa região onde os separatistas russófonos e as forças ucranianas estão envolvidas num conflito desde a anexação por Moscovo da península da Crimeia, em março de 2014.
Ucrânia e Rússia têm-se acusado mutuamente por responsabilidade direta no aumento da intensidade do conflito e o Kremlin já admitiu que reforçou o contingente militar ao longo da fronteira entre os dois países, provocando reações de preocupação por parte da União Europeia e dos Estados Unidos.
O Kremlin argumenta que a Rússia tem todo o direito de deslocar tropas para qualquer zona do seu território, e tem acusado repetidamente os militares ucranianos de “ações provocatórias” ao longo da linha de controlo no leste e planos para retomar pela força as regiões controladas pelos rebeldes pró-russos.
O confronto armado entre as forças ucranianas e rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia já custou a vida de cerca de 14.000 pessoas, em sete anos, de acordo com a ONU.
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