“Baixar custos de energia? Com certeza. Resolver problemas no acesso a financiamento? Precisamos disso. Diminuir os juros que as empresas pagam? Com certeza. Resolver problemas como o pagamento especial por conta, que é alto demais para as pequenas empresas? Aqui estamos para isso. Descapitalizar a Segurança Social? Isso não pode ser”, advogou Catarina Martins, falando aos jornalistas no parlamento.
A líder do BE falava depois de se ter reunido com uma delegação da CGTP, chefiada pelo secretário-geral, Arménio Carlos, e assinalou que ao olhar para os custos das empresas, é notório que “pesa muito mais a fatura da energia ou a fatura do financiamento, por exemplo, que os salários dos trabalhadores”.
Em causa no encontro entre o BE e a CGTP esteve a Taxa Social Única (TSU), nas vésperas de o parlamento poder chumbar a descida da taxa para os empregadores, após acordo em concertação social.
“O que o BE não admite é que haja mecanismos de compensação do salário mínimo nacional que o que fazem é promover baixos salários”, assinalou Catarina Martins.
A redução da taxa, continuou, “foi utilizada em anos consecutivos” para compensar o aumento do salário mínimo, e “o que aconteceu com as sucessivas reduções é que o salário mínimo que chegava a 10% dos trabalhadores agora chega ao dobro”.
“Outra coisa diferente é perceber que as empresas precisam de outras diminuições noutros custos”, reconheceu Catarina Martins, falando depois novamente na fatura energética e nos custos de financiamento das empresas.
Pela CGTP, Arménio Carlos avisou o Governo: “Mais do que falar numa mudança de política, é preciso concretizar essa mudança”.
Se o executivo tivesse ouvido a central sindical, asseverou o seu líder, “não tinha o problema que agora tem”.
A CGTP não assinou o acordo de concertação social que prevê a descida da TSU: confederações patronais e a central UGT, por seu turno, firmaram o texto que foi assinado na terça-feira.
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