Em declarações à agência Lusa, à margem de uma ação de sensibilização sobre o tema, à entrada da cantina da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, o deputado bloquista Luís Monteiro denunciou um problema que "não é apenas dos meses de setembro e outubro de cada ano letivo".
"É um problema que se tem agravado nos últimos anos. Só este ano, a média de arrendamento de um quarto no Porto é de 275 euros por mês", revelou Luís Monteiro, responsabilizando a "especulação imobiliária", que fez os "preços na cidade a aumentarem exponencialmente nos últimos cinco anos".
E prosseguiu: "todos os anos a Universidade do Porto (UP) e o Instituto Politécnico do Porto recebem milhares de novos estudantes - é uma das cidades que mais recebem em todo o país - e há um problema grande não só da oferta como do valor dela".
Denunciando que as "residências universitárias não chegam a 20% do número de estudantes inscritos no Ensino Superior público no Porto", Luís Monteiro apresentou outra situação, também com o cunho da especulação que, no entender do BE, estende o problema ao longo do ano letivo.
"Sendo números difíceis de escrutinar, a verdade é que todos os anos temos estudantes que mesmo conseguindo arrendar um quarto ou uma casa dividida, já com uma pressão imobiliária e montante grandes, acabam por ter de sair nos meses seguintes porque o senhorio ou proprietário acaba por encontrar formulações mais lucrativas para arrendamento ou venda da casa", acusou.
O deputado lembrou que o BE "já fez várias propostas no parlamento sobre o mercado e especulação imobiliária em torno do alojamento de estudantes do Ensino Superior", e que uma delas "recomendou ao Governo o alargamento da oferta de vagas nas residências estudantis", que "foi aprovada, mas o Governo ainda não a cumpriu".
Para o deputado "há espaço no Porto" para arranjar soluções de residência universitária, salientando que a "UP tem terrenos e património que podem ser reabilitados para esses fins", cabendo ao "Governo garantir que isso aconteça",
"Quer reintroduzir o tema no debate da Assembleia da República e na discussão do Orçamento de Estado. Não podemos ter quatro anos de OE em que questão explícita da ação social não coloque um termo ao problema da especulação. Queremos que, pelo menos, a curto prazo, o problema seja amenizado", concluiu Luís Monteiro.
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