"Neste novo acordo anunciado para os lesados do papel comercial do BES [Banco Espírito Santo] está englobado o conjunto de portugueses não residentes em território nacional, nomeadamente o conjunto de Emigrantes Lesados pelo BES a residir em França e na Suíça?", lê-se numa pergunta enviada ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, cujo destinatário é o primeiro-ministro, António Costa.

"Sabemos que os lesados terão conhecimento da versão final do acordo até ao final deste mês. Para que data está previsto serem devolvidos os depósitos dos portugueses residentes em território nacional e dos emigrantes portugueses lesados do BES e em que moldes será efetuada essa devolução?", acrescentou o BE.

As questões são assinadas pelos deputados Pedro Filipe Soares, Mariana Mortágua e Domicilia Costa, que vincam que "o Banco Espírito Santo (BES), de uma forma fraudulenta, pôs em causa as poupanças de uma vida de um alargado conjunto de pessoas".

"Entre as pessoas lesadas do BES estão emigrantes portugueses que investiram as poupanças de vidas inteiras de trabalho, poupanças de que muitos e, nomeadamente, os reformados, dependem para viver e cuja privação coloca em situações de desespero. É urgente a resolução desta situação", realça o BE.

Segundo o Bloco, "face ao anúncio de um novo acordo com um conjunto de lesados do papel comercial do BES, que, como foi indicado publicamente, será apresentado pelo senhor primeiro-ministro na próxima sexta-feira, dia 16 de dezembro de 2016, cumpre saber o que está a ser perspetivado para solucionar o problema dos Emigrantes Lesados pelo BES".

O BE assinala ainda que "não é concebível que seja apresentada uma solução aos lesados do papel comercial sem que exista também a preocupação de responder aos legítimos anseios dos emigrantes lesados pelo BES".

Hoje, três deputados do PSD também tinham enviado uma pergunta para o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, cujo destinatário final é igualmente o primeiro-ministro, António Costa, sobre as soluções planeadas para os emigrantes lesados do papel comercial do BES.

José Cesário, Carlos Gonçalves e Carlos Páscoa pedem ao líder do executivo socialista que os informe sobre "as soluções que o Governo pretende levar a efeito para apoiar os emigrantes e outros não-residentes penalizados pela aquisição de papel comercial e de outros produtos de poupança do ex-Banco Espírito Santo" (BES).

Os lesados do papel comercial das empresas do Grupo Espírito Santo (GES) vendido aos balcões do BES vão poder recuperar até 75% do capital investido, disse na terça-feira o advogado Nuno Vieira à Lusa, dando conta dos resultados da reunião do grupo de trabalho sobre esta matéria realizada na segunda-feira.